quinta-feira, 18 de abril de 2024

Uns trem que eu enfio na cabeça



Essa foto sou eu em 2017, ano em que trupiquei com um uberlandense nesses rolê de redes sociais.

Apelidei carinhosamente de acerola, por vezes acelora.

Conversamos muito, ele era galanteador, chei das ideia. Saí pro boteco do momento com minhas prima e ele prometeu de ir. Nunca nos encontramos no “Bar do Jorge”. Anos depois, descobri que ele estava lá .. só num teve coragem de achegar. 

Um trem que nunca foi pra frente porque nois era de outros lado. Eu, mineira perdida em SP. Ele, mineiro achado em Uberlândia. Ficamo suspendido um na rede do oto por muitos e muitos anos, e muita história aconteceu. 

No fim do ano passado, como quem num quer nada, voltamo a prosiá. A vida judiô dum jeito poco educado com ele. Mexeu com o coração da pió maneira, fez tudo que era brincadeira sem graça.

Ainda era acerola, acelora, mas um tanto mais amuado com as reviravolta que a vida dá. O se sentir à vontade continuava ali e se amexia de outros jeito.

Num janeiro qualquer, depois de um diz que me diz, falo: tô indo praí. Com ele já morando em Goiás.

Nos vimos e foi maravioso ver os zoim briando. Ele indo me buscar com a camiseta da sorte dele, toda rasgada. Faz um de cumê que eh uma delícia .. 

Num dia, sentamo na mesa, no alpendre, um de frente po outro, depois de almoçar, e foi uma das conversa mais bonita que já tive.

Primeiro, porque eu senti um trem que nunca senti em toda minha vida. Num era sentimento porque era sensação. Sensação de encontro. Sossego na espera. Calmaria e revolução.

Depois, porque falamo oio no oio .. “que que adianta sentir isso aqui se a gente num sabe o que vai fazer com isso?”. Como quem já estudou todas as matéria de intensidade da vida e soubesse que, pra acertar, às vezes faz preciso recuar.

Só concordei .. e achei bonito ver ele sem pressa. Achei respeitoso comigo, com nois. 

Hoje, brinco com as amiga que já encontrei meu marido. E eu quando grudo um trem nas ideia eh difícil de tirar. Eu tô nova, ainda quero curtir um tanto .. mas já considero o sossego e já sei com quem quero estar quando esse momento chegar.

Se tudo der certo, é com acelora. E ele já sabe disso .. 

zuba 


sábado, 13 de abril de 2024

10/04/2024 - o dia em que fui demitida do SUS

eu gosto de escrevê as dor de barriga que dá no meu coração, e hoje num dava jeito de ser diferente..

enquanto era tirada do SUS justamente por brigar demais por ele, limpando meu armário, encontro essa camiseta em mei a um tanto de foias de casos e discussões passadas. 

eu nem sabia que esse trem tava morando ali dento, como que conversando com minhas pequena revolução cotidiana, nutrindo, sustentando meu corpo nos invisivo de coragens pra seguir lutando e defendendo o que acredito, que é o direito ao acesso a uma saúde que seja pública, política, do povo e para o povo. 

já há algum tempo venho me dedicando a uma militância mais ativa e, por isso, mais arriscada, porque num dou mais conta de confiar soluções a instituições e partidos. 

têm sido meses exaustivos, tendo que trabaiar em casos complexos de saúde mental e em serviços precarizados, com trabaiadores sobrecarregados, sendo atravessada por perseguição e assédio, mas muito bem acompanhada por colegas que reforçam os sentidos dessa luta, que se quer coletiva, estratégica, criativa, sensível, bem humorada, fofoqueira e apaixonada ❤️ 

o SUS, esse trem bonito e que nois adora compartilhar e celebrar, já num cabe mais em discursos e em slogans.

já num é possível proteger o SUS sem se expor, sem dar ao menos o dedim pra radicalidade, sem coletivizar, sem contagiar, sem se arriscar a sentir uns fri na barriga. 

hoje, tudo o que se afasta disso, vai contra o SUS. 

precisamos voltar a nos encantar pela luta, lembrar do por que estamos aqui.. os sentidos e importância do que fazemos enquanto trabalhadores na saúde pública. retomar o que nos trouxe até aqui para pensarmos novos SUS possíveis. 

sem isso, sem SUS. 

num há mais mei do camim .. 

❤️ aqui nois capota, mai num breca .. simbora 🤙


zuba!

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

poema pro acerola

 

Vou falar um trem proce ...

Eu tenho mania de espivitamento. Muitas vez que aconteci, foi porque meu coração chegou primeiro. Uma disputa ingrata demais pa quem tem compromisso cos inteiro.

Mai foi num dia acasado que me experimentei dum jeito bem diferente.

O memo impulso que me levou, me devolveu em sintonia. Trem que é bão é sentir leve nos pesado da vida.

Viajando kilometro de ideia e já poco preocupada com rima, meu zói finalmente conheceram oce .. e foi lindo assentar nas experiências de se querer tão bem.

Dali pa frente, tudo era curva. Num tinha mai nada direito. Era desconhecido, mistério e segredo, como quem sussurra po vento qualqué desconfiança deliciosa demais pa ficar abandonada no tempo.

E no fim, foi muito bão sentir que nois inda acontece, e que num há qualquer matéria de vida que escape a emoção ..  que pa sempre vai ter morada nas nossa revolução.

E se falo tanto nimim, é porque dalgum jeito me grudei noce.

Donde é que sai memo as cor que tempera um dia cinzento?

E essa é a pergunta que mais me interessa nessas hora.

Confesso, tenho umas letrinha que se for juntá pa falar doce, vai desenhar uns causo pareado co romântico, mai hoje eu preciso falar de oto tipo de ajuntamento.

Que é o ajuntamento de quem te vê e te admira com zói de carim.

Carim de quem vive no memo tempo, no memo mundo ingrato. No memo relógio e na mema estação. De quem nasce até no memo dia, memo com uns ano atrasado de preguiça. E de que vive os atropelo da indecisão só porque ta memo muito decidido em nunca se deixar passar.

Acerolinha, se eu pudesse fazer uma música pa resolver os enjuriamento do seu coração, eu bem fazia ..

Se tivesse acorde que te entregasse alegria, eu dediava em tudo que era corda de violão ..

Se eu pudesse inventar qualquer ota modalide de sossego, eu inté me aventurava nas matemática ou em qualqué ota conta mal resolvida só pa resolver os problema aparecido.

Eu eliminava os X, os Y, esclarecia seno e cosseno. Num dava chance pa qualqué oto grau de equação ..

Se eu pudesse cozinhar as injustiça do mundo, eu me demorava no fogão. Fazia inté fogo cas própria mão, eu que num levo muito jeito com esses trem muito aprumado ..

E isso pode inté parecer uma declaração de amor

Mas, pra hoje, quero que seja mai como um cuidado, ou quem sabe um lembrete ... um recado que aparece no mei duns desenho perdido, ou nas foia amarrotada do seu livro anarquista, que é tão anarqueiro que criô as própria política de sobrevivência.

Quero que te mostre a sua beleza, que é tão, mai tão bonita que impressiona. Que faz os oi briar e viajar entre estados geográficos e da matéria.

Que paralisa, assusta e assombra. Enche de dúvidas as certezas. Acelera sossegos e acalma tudo que é ansiedade. Diminui distancia longa, e alonga os minuto curto, sempre tão gostoso de lembrar.

No fim das conta,eu acho que o que faz colorir um dia cinzento é os jeitim invocado que nois vai dando conta da vida, que é descontrolada, ignorante, burra, ingrata, que judia da gente sem nem mandar bilete

Mas que ainda assim, como quem firma acordo ca própria incompetência, faz caber no memo coração apiquentado tudo que é tipo de poesia ..

Eu num sei o que ce acha disso, mai dependendo da virada do zói é até que bem arrumadim ..


Zuba