quarta-feira, 16 de novembro de 2016

tempo de inteiros


em tempos de inteiros
onde um é cem por cento
percebo que nós
é pronome de enfeite
nós
é aquilo que dá na garganta
e que a cabeça espanta
de num saber lidar

em tempos de inteiros
o rebolado tem lado
a risada tem hora
e o zói num chora
por ter que esperar

em tempos de inteiros
tudo termina em eu
e nada acontece em nós ..

ZUBA

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

dia tretoso

hoje voltei pra casa fritando nas ideias.
o que foi tudo isso?

compreendi tudo o que foi dito. fez todo sentido. havia ali uma terceira pessoa na relação, uma pessoa nova, que num conheço e que, portanto, seria prudente considerar, ali, a sua presença e suas implicações dado o contexto e a exposição a que tava me sujeitando. parece que eu num devia ter naturalizado tanto a situação, por mais que seja algo, àquela altura, natural pra mim.

sim, tornou-se natural. nas primeiras vezes ainda havia um estranhamento (eu-ele), mas a forma como ele lidava com aquilo fez com que eu entrasse no mesmo ritmo dele. eu cheguei a me estranhar porque realmente num me incomodava mais,. só ficava pensando que saco que deve ser ter de fazer isso tantas vezes no dia. eu num senti tanta vergonha e isso me surpreendeu muito. restou apenas o que havia de procedimento.
estendi esse meu olhar puramente procedimental pro terceiro elemento, que topou e que, ao topar, embarcamos juntos a partir dessa minha visão de que tava td ok (+ pratico pra ele e é apenas procedimental).

houve uma ingenuidade da minha parte? uma ausencia de senso crítico?
o que houve, ali?

ao mesmo tempo, quem tava presente, viu. a forma como a relação tava se dando num tava abrindo margem pra outro pensamento que nao o de um encontro mt legal. uma nova parceria que tava se formando. tanto é que enquanto fazíamos o procedimento, o terceiro elemento perguntava coisas práticas. ele realmente parecia querer entender como funcionava.
ao terminar, tudo continuou como era antes. o mesmo papo, a mesma afinidade. "parecia que tínhamos ido beber água", não houve mesmo nenhum estranhamento aparente.

eu voltei pra casa com crise de identidade.
parece que eu tenho um talento em nao me preocupar com o que os outros se preocupam.
parece que eu num acho tão fenomenal algo que as pessoas acham fenomenal.

eu realmente num vi problema no que aconteceu. e pode num ter tido problema nenhum mesmo.
mas talvez o maior problema tenha sido eu num me questionar em nenhum momento sobre isso.
eu naturalizei o que aconteceu ali. 
ESSE É O APRENDIZADO.

elA disse que eu precisava me questionar mais sobre as coisas que me sujeito, nao só nesse caso. eu num tenho que fazer tudo só por benevolência. eu posso dizer "nao', eu posso realmente num querer participar de algo assim. 

falou sobre um traço de minha personalidade. "generosidade", "impulso", "se doar muito". me lembrou muito daquela conversa que diz respeito a um corpo que está em formação. 

domingo, 9 de outubro de 2016

estado de poesia


"é belo vês o amor sem anestesia
doi de bom
arde de doce
queima
acalma
mata, cria
chega tem vez que a pessoa que enamora
se pega e chora do que ontem mesmo ria
chega tem hora que ri de dentro pra fora
num fica, nem vai embora
é o estado de poesia .."

bjim da zuba.



quinta-feira, 15 de setembro de 2016

cultura de rua - fique de zói

PROCURE SABER

tenho apreciado cada vez mais intensamente a cultura que encontra na rua o seu sentido .. curto devagarim, sem pressa. é assim que demonstro meu respeito por um cenário que é diverso, complexo e que, até então, tem me acolhido tão bem. 
mas isso não basta .. por se fazer na rua, as possibilidades de expressão, participação, agenciamento e organização das mulheres muitas vezes são deslegitimadas e silenciadas. solicitando mais um lugar de resistência dentro de propostas que por si só já são de resistência. 
como mulher, curtidora (pra chuchu!!), aprendiz e pessoa que confia no poder da cultura de rua, fico muito feliz em ver o fortalecimento de coletivos pensados e tocados por mulheres .. então, fiquem ligados nessa produça!!

FEMININE HI-FI

eu acho é chiquerrimo .. em minha opinião, se a rua num for pra isso, num serve é pra mais nada!

zuba

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

1o dia - zuba is back



- momento: algo em que me sinta confortável em pertencer, logo de inicio
- sei que ha desafios, mas esse conforto produz uma confiança necessária. confiança que inspira
- momento 2: << à procura de algo que me inspire. >> estratégia para seguir em frente.
- muitas info da graduação. ultimo semestre: dificil, mas, ironicamente, o com melhor resultados academicos. --> t.o + sentido.
- a inspiração seria a cereja no bolo dentro desse processo. ampliar olhar, ampliar possibilidades, conjugar com conceitos/práticas/dialogos passados. 

- ha algo de muito pessoal, mas ha tbm uma consciencia/etica profissional crescente.

bem ..

inauguremos

pq

ZUBA

IS

BACK

!!!


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

intimidade



acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade .. a gente só descobre isso depois de grande. a gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas .. há de ser como acontece com o amor!
assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo .. justo pelo motivo da intimidade (...)

manoel de barros


"há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas" - video para ver e rever (valeu, lari!!)





tenho um livro sobre águas e meninos.
gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
a mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
a mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
o mesmo que criar peixes no bolso.

o menino era ligado em despropósitos.
quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

a mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
falava que os vazios são maiores e até infinitos.
com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
no escrever o menino viu que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
o menino aprendeu a usar as palavras.
viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
e começou a fazer peraltagens.

foi capaz de interromper o voo de um pássaro botando ponto final na frase.
foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
o menino fazia prodígios.
até fez uma pedra dar flor!

a mãe reparava o menino com ternura.
a mãe falou: meeeeeeu filho, você vai ser poeta!
você vai carregar água na peneira a vida toda.
você vai encher os vazios com as suas peraltagens
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos .. 

manoel de barros


sexta-feira, 2 de setembro de 2016

lembranças de 31 de agosto



hoje num tem conversa de palavra
a poesia desgrudô da gente
das invenção mais triste dos homi
é justo com o coração que se sente

ZUBA


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

sósôsefô


<< eu sô todo o tempo que levo 
somos todo o tempo que levamos >>

agosto, ocê chegou ..

zuba


terça-feira, 12 de julho de 2016

oi!! estamos em julho


usa e abusa do céu, "emana boas energias", entende de tudo que é estrela, namastê de zero a dez, manja de árvore, gaio, faz da lua o coração, mas naguenta qualquer relação vivida na diferença. num posso achar isso bonito ..

<< conhecimento e vivência alternativa para todos. sossego para todos. espaços de reflexão para todos >>
paz circulando só entre quem é de paz, pra mim é redundância. num deslegitimo, mas desconfio e é muito. os zói inté estópa.

a quem serve a sua paz?
aprendemos muito sobre isso todos os dias. 
falemos menos, sejamos mais. 
a sua tão sagrada evolução está em relação. é preciso ser junto. tamo falando de base.

bjim!

_________

Por Rafael Lage:

"nos últimos tempos moro e demoro nas montanhas. um pequeno povoado, 2 mil pessoas.

Aqui é lindo, agua e verde pra todo lado. Alimentos orgânicos, uma escola comunitária pro meu filho, convivo com gente do mundo inteiro, um entra e sai de culturas que não me deixa estagnar.

Vivo da minha arte, sem intermediários, sem cena que me sustente, enfim, acho q vivo o sonho de metade da minha timeline.

Eu poderia sim, fazer de conta que o mundo é isto. Eu poderia inventar mil narrativas pra mim mesmo, me convencendo dia a dia que cada um cria sua realidade e se vivo isso, é pq mereço ou pq fui um escolhido por algum plano astral.

Mas não, eu sei q não é isso. Mesmo com toda inteligência e criatividade, não sou hábil o suficiente para enganar a mim mesmo.

É que a branquitude da classe média alternativa (a qual pertenço) não me deixa esquecer, que o que há aqui é um recorte de classe, privilegiada pelo acesso que teve aos bens culturais e de consumo.

Dia desses resolvi contar e descobri que tenho uma amiga negra e 3 pardos aqui no Vale do Capão. O resto é branco.

Fiquei pensando, moro na bahia, onde estão as outras pessoas negras, pardas ou brancos periféricos?

A resposta é simples, estão sendo assassinados pelo estado policial ou se ainda vivos, lutam para não viver na miséria.

As vezes me pego sentado em uma calçada aqui na vila e fico imaginando os fantasmas, tantos quantos poderiam ser meus amigos e amigas, que poderiam estar usufruindo de tudo isso. Imagino seus espectros se banhando na cachoeira, mas é tudo ilusão, eles estão sangrando em alguma calçada periférica da babilônia.

É fato, não é nenhum romance astral. Por isso, namastê é o caralho queridxs.

Permaneço um pouco mais, é hora de dar a meu filho a presença que neguei pelos anos de ativismo.

Mas bem sei que o belo jardim que vivo é paralelo ao cemitério dos excluídos e cedo ou tarde tenho de abrir mão do paraíso seletivo que vivo para encarar/trabalhar a difícil tarefa de transformar a realidade que todos vivemos.

Paulo Freire dizia que ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, só nos libertaremos em comunhão.

Eu me envergonho de ter paz e na minha visão, se ela não for possível para todos, ela não deve existir para ninguém."

quinta-feira, 16 de junho de 2016

namorada do cangaço


adeus, morena
o meu coração é um passarim solto
que não se pega com a mão
eu quero mesmo
é andar pelo mato
ouvindo as cantiga de rádio
beijar teu retrato
e voltar pra casa todo fim de ano
cantando bolero de waldick soriano

saudade 
um dia sei que vou sentir
sem o coração no peito
não posso ficar aqui
porque a policia se espaiou
no mundo inteiro
e até hoje vive atrás
de cangaceiro

ai, morena
corre e vá buscar
a minha metralhadora 
que eu vou ter de usar

ai, morena
adeus, vou voltar
a música que eu memo toco
eu tenho que dançar

namorada do cangaço - cesar teixeira

sexta-feira, 3 de junho de 2016

um texto que chegou em minha mão. valeu!!


<<< LEIA-ME COM ATENÇÃO >>>

Desfecho - Encerramento de um processo
João Augusto Pompeia


"RESUMO: O texto destaca os sentidos da palavra desfecho como algo que finalizou, que foi compreendido e a partir do que novos começos são possíveis (...)
Dois pontos principais são propostos para reflexão:

1. as coisas da vida precisam de tempo. aqui não vale a pressa. nem mesmo para sair do sofrimento

2. a clareza da razão não tem a hegemonia absoluta nas questões da existencia. estas têm necessidade de uma compreensão que as abarque num outro plano. o sentido nem sempre surge de um iluminado enfoque racional, mas no contrário, vem chegando a partir da obscuridade.

---------------

Desfecho é uma palavra curiosa que aparece com significados diversos.
o primeiro significado é o de final. mas não um final como qualquer outro. este vem acompanhado de uma certa força e vigor. é uma especie de final marcante, apoteótico.
(...)
desfecho é então o final, mas está também profundamente ligado à totalidade da história.
O mesmo acontece com nossos problemas.
Quanto mais são obscuros e quanto maior nosso envolvimento, mais curtimos o desfecho. temos de ser capazes de penetrar nas questões que o problema apresenta para que o desfecho venha e complete.
(...)
Quanto mais mergulharmos em nossos problemas, no momento em que encontrarmos o desfecho, de fato, ali terminará um ciclo.

O segundo sentido que encontramos para a palavra desfecho é também curioso. Ele é 'momento de ação', em que realizamos ou desfechamos o golpe. Aqui, desfechar tem o sentido de realizar. Não se trata de contemplação. No momento em que algo se encerra, se esclarece, se desfecha, alguma coisa solicita um agir imediato, concreto.
(...)

Mas há um terceiro sentido para esta palavra e aqui o curioso está na pergunta:'Por que chamar o fechamento de des-fechamento?' É que desfecho, ao mesmo tempo que encerra, fecha, também abre alguma coisa.
Todo desfecho é também necessariamente abertura. Quando ele ocorre há a realização de uma ação e nesse momento começa tudo de novo ou outra vez.

Começar de novo não é o mesmo que começar outra vez. Começar outra vez é repetição. 
(...)

No ritual, o deixar para trás e começar de novo é extraordinariamente potente ... isto aparece nos processos de cura. a cura que os feiticeiros realizavam nas tribos primitivas é sempre um recurso para a criação do mundo de novo. eles recriam o mundo e a pessoa, como se o doente ficasse para trás, isto é, morresse para que uma nova pessoa pudesse nascer. Eliade aponta que isto permanece nos rituais judaico-cristãos. Assim, no batismo, estão presentes morte e ressurreição, fechamento e abertura.

Nossa cultura distanciou-se dos rituais que de alguma forma mostravam como as coisas são complexas e precisam de um tempo para acontecer plenamente
Os rituais indicavam para o iniciante as ambiguidades, mostravam que havia algo de morte e também algo de nascimento na passagem, por isso era preciso passar devagar. se houvesse pressa, provavelmente haveria confusão e o necessario para a nova vida não estaria aprendido e disponível.

Nossa cultura é cheia de pressa e com isso vivemos algumas distorções.
(...)
A primeira tentação e o primeiro perigo estão na pressa. em geral, achamos que eficiente é o apressado. a ideia da eficiência está diretamente relacionada a tempo.
(...)
Diante da pressa tão comum podemos fazer algumas considerações sobre a dinâmica da passagem.

Passagem vem de passar. podemos pensar numa ponte ou numa porta. uma ligação entre duas coisas.
(...)
A pressa distorce essa passagem.

Frequentemente quando começamos a ouvir sobre uma situação ansiosa, sofrida, queremos rapidamente acabar com o problema, obter uma resposta e agimos sem imaginar que isso possa ser ruim e que alguma coisa  possa ficar faltando na pressa de alcançar um desfecho.
Diante do sofrimento é comum pessoas  bem intencionadas dizerem:'calma, isso passa' (...) é claro que o sofrimento vai passar. tudo passa. mas passar tambem pode ser uma coisa assustadora, pois aponta para a precariedade, diz que nada veio para ficar. a dimensão da morte contida na perspectiva de que tudo passa assusta. olhando para esse aspecto da passagem, de que nada dura o tempo todo, estamos lidando com uma ameaça concreta.

Existe um momento de tristeza no término de um processo. algo pertence ao passado, foi embora, distanciou-se de nós. e nós, impedidos de parar, temos de ir deixando para trás. mas também há satisfação nesse 'deixar para trás', pois quando nao deixamos para trás é porque alguma coisa 'deu errado'. quando paramos la atrás, nos sentimos 'pesados'.
(...)

Quando dizemos que tudo passa, de certa forma estamos dizendo que tudo se torna nada mais, tudo se nadifica. Assim, tudo o que hoje está sendo objeto de sofrimento daqui a algum tempo será nada. Mas isso nao é necessariamente verdade, felizmente,
Quando na pressa de acabar com o problema apelamos para o 'isso passa' nós nao avaliamos o quanto de transtornos tal afirmação pode trazer para quem ouve.
(...)

É a situação de quem está perdidamente apaixonado.
Perdido e apaixonado juntam-se fortemente. e assim, com o passar do tempo, ela se cansa dessa historia. ela só vê o seu estar perdido, não vê o estar apaixonado e começa a se interessar por outro. (...) O interessante é que, em seguida, ele passa do estado de perdido para o de achado. instantaneamente ao ser abandonado, o apaixonado se acha abandonado. ele sabe muito bem onde está e quem é abandonado.

(...)

Deparar-se repentinamente com a possibilidade do engano, visto que 'tudo passa', faz sentir que tudo é ilusão.
(...)

Frequentemente encontramos certa inquietação do terapeuta por fazer seu cliente 'cair na real'. importante é lembrar aqui que 'na real' só se cai. ninguém 'sobe para a real'. este movimento de descida, especialmente se há pressa para descer, significa tombo. 
(...)

Não é que a ilusão seja um territorio para permanecermos. mas ela não pode simplesmente passar. uma ilusão precisa de um desfecho. quando a ilusão se desfecha ela nos abre para a realidade e nos faz reencontrar o significado daquilo que nela vivemos de tal modo que nos tornamos um pouco mais sábios. nessa condição de sabedoria, por termos sentido o sabor da ilusão e da desilusão, podemos nos iludir de novo.
(...)

Na experiência concreta, sem ilusões não encontramos finalidade. a finalidade é condição para o desfecho porque este corresponde ou ao alcance da finalidade ou à presença de um impedimento radical que finaliza um processo e torna evidente que a finalidade não pode ser alcançada.
(...)


Ele esquece de dizer que tudo passa, mas tudo não volta para o mesmo lugar, e não voltar para o mesmo lugar é uma oportunidade de começar de novo e não meramente outra vez.
(...)
Se esquecemos o que vivemos com tanta paixão, se esquecemos coisas tão significativas num dado momento, não podemos fazer de novo. se há esquecimento, só podemos fazer outra vez, porque no esquecimento não sabemos diferenciar o 'de novo' do 'outra vez'.
(...)

O acontecido não significa um nada, pois é exatamente na hora em que somos abandonados na paixão que podemos compreender profundamente a paixão que vivemos. quando não mais estamos perdidos é que podemos rever uma experiência anterior de perdidos na paixão. isto só pode acontecer quando nos reencontramos. a condição de perdido na paixão, de estar preso e cego por uma esperança que tanto brilha e ofusca todo o resto, nos impede uma clareza.

A principio a clareza ainda está permeada de obscuridade. mas quando nos acostumamos a esta, outras coisas vão aparecendo, inclusive a nossa propria condição de estarmos vivendo na obscuridade, o proprio desejo de encontrar a luz e a propria vontade de mergulhar de novo em algo significativo e cheio de vigor.

Não estamos, no entanto, presos ao mito do eterno retorno. 
(...)
Se esquecermos aquilo que nos afligiu, esquecemos também o que vivemos e quando nos esquecemos de nossas experiencias não chegamos a ser humanos, já que é peculiaridade humana ser e fazer história.
(...)

Mas se deixarmos, simplesmente, tudo para trás, caímos num tremendo vazio e desolação. 
(...)
A compreensão que se abre a partir da ruptura de uma ilusão. diferentemente daquela que provem da clareza da razão, nasce na obscuridade. sua peculiaridade está em aproximar o tragico, o dificil da vida, da possibilidade mais vigorosa de renovação da propria vida.

Como experiência humana, o desfecho é sempre fecho e des-fecho, sempre encerra e propoe, tira alguma coisa e coloca outra no lugar. e esta nova coisa é um jeito de ser diferente do anterior.
(...)

Há mais de uma forma de compreender, de conhecer.
É certo, por exemplo, que no claro é com os olhos que conhecemos. mas no escuro, com os olhos não percebemos e nos perdemos.
(...)

Jung relata que por volta dos 50 anos descobriu que os maiores e mais importantes problemas permitem o movimento daquilo que chamamos de 'vida'. se esses problemas fossem resolvidos ou eliminados, eliminaríamos junto a propria vida. Assim, ele diz que 'os grandes problemas podem ser apenas ultrapassados'.

ultrapassar:
1. deixar para trás
2. compreender.

Quando ultrapassar é compreender nos damos conta de que, de alguma forma, mesmo no centro da desilusão, somos de alguma maneira maiores do que a desilusão que compreendemos. (...) assim, em vez de deixar para trás, a ultrapassagem que compreende e abarca retorna a dimensão do nascimento, do inicio.
(...)

Compreender a perda não se refere a ganhar um entendimento, mas aquela compreensão que se dá na obscuridade e que busca conter.
Somente podemos compreender e conter a perda porque além do horizonte daquilo que se perdeu, há algo a ser ganho. e a primeira coisa que se ganha é a descoberta de que, na desilusão, não morremos. na perda do objeto da propria paixão, nós não perdemos a nossa vida, como muitas vezes acreditamos.
Em algumas ocasiões parece que é vergonhoso sobreviver à morte de uma paixão, à perda do objeto desejado. nessas ocasiões, surge o desejo de sofrimento, como se este fosse a autenticação do significado do vivido. é como se o vivido só pudesse ter sido importante se o sofrimento pela perda fosse também muito grande. não sendo assim, aparecerá o carater do enganoso.

Há um ganho na compreensão de si mesmo que é maior do que a desilusão, uma vez que permanecemos vivos. (...) neste momento, aquilo que se ganha quando se perde pode de alguma forma preparar a continuidade desse processo em que sempre nos encontramos de certo modo perdendo ou ganhando.
(...)

Para que uma grande árvore acontecer, para que um carvalho possa se apresentar no caminho do campo, é necessario que ele mergulhe profundamente suas raizes na terra escura, porque é isso que lhe dá a oportunidade e a condição de expandir a sua copa em direção ao sol brilhante (Martin Heidegger - 'O caminho do campo').

(...)

Este penetrar na obscuridade da terra compreendemos em alguns momentos como sendo o concreto. as expressões de nosso cotidiano 'por o pe no chão', significam esse ENRAIZAR-SE de alguma forma. 'no chão', á primeira vista, estao todas as sujeiras, os detritos e coisas em decomposição. mas, para as raizes, tudo isso significa a origem da vida.
Na nossa vida tambem ha ocasioes em que nos é pedido para mergulhar no solo, como as raizes na obscuridade, na presença do SILÊNCIO, na proximidade daquilo que se pode oferecer como o passado, o detrito, o que já morreu.

O movimento de enterrar profundamente as raízes possibilita alcançar a seiva, o pulsar da vida e o equilibrio.
(...) é o equilibrio que vai permitir que a grande copa da arvore não desestabilize o estreito tronco sobre o qual ela se apoia. não fossem as raizes, nenhuma grande arvore permaneceria em pé. são as raizes que dão o equilibrio.
(...)"

<<<<<< RAÍZES >>>>>

domingo, 15 de maio de 2016

segunda-feira, 9 de maio de 2016

resumo paradigma psiquiátrico


"a identidade entre loucura e doença mental, que a principio pode nos parecer tão natural é, na verdade, uma construção muito recente na história do pensamento ocidental. autores como Michel Foucault e Robert Castel nos mostram que até o início da Modernidade os loucos nao eram considerados doentes, nem faziam parte das preocupações do pensamento médico.

o problema representado pela loucura pode ser inicialmente localizado no contexto de uma grave crise social presente na Europa nos seculos XVII e XVIII e identificado como o problema da desocupação de uma grande população que, expulsa da terra, passou a se condensar nas cidades.

para responder a esse problema social muitos estados europeus adotaram como medida o confinamento em instituições semijuridicas, cuja proposta era a de subordinar a população confinada a uma ética do trabalho vista como capaz de combater a pobreza e a ociosidade. as casas de internamento recolhiam mendigos, deficientes, doentes, velhos, crianças ou seja, uma gama muito grande de populações, entre elas os loucos, e não estavam orientadas por uma logica médica, logo, não visava a cura de loucos, doentes ou deficientes, apenas sua reclusão e subordinação ao trabalho.

em meados do século XVIII, no processo de revolução industrial, esse tipo de internamento foi avaliado como erro economico e as instituições esvaziadas, pois a população passou a ter valor num mercado de trabalho em constituição. o pensamento economico inaugurado nesse período considerava os pobres essenciais para a produção da riqueza de uma nação, desde que livres no mercado de compra e venda de força de trabalho.

foi no processo de fechamento dessas instituições que algumas populações, tais como os loucos e os doentes, passaram a demandar medidas de outros tipos. nesse contexto, identificamos a organização do hospital moderno e do asilo especialmente destinado ao internamento dos loucos, com estruturas e proposições distintas.

é importante assinar que a definição sobre a necessidade do confinamento dos loucos esteve relacionada a um tipo específico de sensibilidade social e foi justificada pela suposta periculosidade daqueles vistos como loucos e sua evidente incapacidade para o trabalho. esses elementos, a necessidade de internação e o perigo representado pelo louco, são anteriores à configuração da psiquiatria como área de especialidade médica e já estavam presentes no contexto social em que esta disciplina emergiu.

Castel, ao estudar o nascimento da psiquiatria na França, considera que ela e o asilamento psiquiátrico tornaram-se possíveis no ambito de uma nova partilha do poder de governar os marginalizados na sociedade moderna, para a qual a repressão da loucura ainda é assumida como necessária, mas que não pode ser realizada pelo poder judiciário, pois suas manifestações não se configuram como violão do contrato social.

a intervenção sobre o louco não se opera mediante uma ação juridico-policial direta, porém, sua gestão se dá baseada em critérios técnico-científicos que estabelecem uma nova relação social com o louco, a relação de tutela. essa relação indica a impossibilidade de o individuo assumir o contrato, ou seja, ser capaz de participar de uma sociedade regida por leis e assujeitar-se de seus deveres de cidadão para poder ter respeitados seus direitos. 

(...)

>> as proposições do tratamento moral como primeira modalidade de intervenção terapeutica 

(...)
amplamente conhecidas, tanto na literatura que trata da historia da psiquiatria quanto na que trata da historia da terapia ocupacional, são as trajetorias de Pinel, na França, e de Tuke, na Inglaterra (...) suas estratégias são herdeiras, como ja apontamos, de uma demanda social que exigia a exclusão dos loucos que incomodavam o bom funcionamento social, ao mesmo tempo que desenvolvem um saber que passa a justificar a medida de internação como necessaria ao tratamento da doença mental. em seu momento inicial a psiquiatria ainda nao estava ancorada no modelo clinico (anatomo-patologico), característico da medicina moderna, e sim numa concepção social sobre a doença mental e suas causas.

em linhas gerais, o doente mental era visto como alguem que não suportou a pressão ou as influencias de seu meio social. para os primeiros alienistas, a doença mental estava relacionada à vida nas cidades e seu excesso de estímulos, e aos efeitos danosos atribuídos ao nascente mundo industrial; assim, seria necessário o isolamento do doente em um meio que pudesse faze-lo retornar a uma vida mais "natural".

essa visão social do problema também determinou que a terapeutica empreendida visasse à recondução do doente a um papel socialmente aceito, que no caso da sociedade industrial nascente implicava o desenvolvimento de estrategias que pudessem reconduzir o doente ao desempenho do papel do trabalhador, daí a centralidade adquirida pelo trabalho no interior da prática asilar.

esse primeiro modelo ainda está presente nas praticas asilares, tendo sido por seu intermedio que a terapia ocupacional constriu seu primeiro modelo de intervenção, durante o chamado processo de reemergencia do tratamento moral, ocorrido em torno da déc. 20. (...) houve por parte da psiquiatria a retomada do tratamento moral, esquecidos ao longo do desenvolvimento da disciplina psiquiátrica que, ao adotar o modelo clínico centrado na localização cerebral das doenças mentais, assumiu uma posição pessimista sobre as possibilidades de tratamento e curas dessas doenças.

<< a crise da instituição psiquiátrica >>

(...)
as instituições psiquiátricas só passaram a ser alvo de crítica mais efetiva no período que sucedeu as duas grandes guerras mundiais. nesse contexto, foram questionadas por sua baixa eficacia terapeutica e pelo seu alto custo, seus efeitos de violencia e exclusão social, tendo sido, em muitos países, comparadas aos campos de concentração.
o cenário pós-guerra revelou também a necessidade de reparação dos efeitos devastadores da guerra e redefiniu o papel do Estado no asseguramento de direitos antes não reconhecidos. nesse contexto, a saúde foi assumida como direito e foram propostas reformulações na oferta assitencial ao doente mental.

(...)"



Terapia Ocupacional em Saúde Mental: tendências principais e desafios contemporâneos (Elisabete Mângia e Fernanda Nicácio)




quarta-feira, 4 de maio de 2016

pequenices da vida


quando ocê caiu na graça das nuve, o chão de cá se arrumou .. 
cores, sons, vento, oiares tão cheios .. comé que a gente vai falar de dor?

agora ficaqui .. oiando num pouso bão as suculentas pequenices da vida que ficam fazendo de piquenique o coração .. penduro o zói em agradecimento e vejo ocê rabiscar aí do céu as mió lição do mundo .. crescendo nimim a certeza de que a vida é como alguém que mora dendagente.

me diga se a dor num perde inté as propriedade??

zuba


estudando ..



"O conceito de vulnerabilidade (psicológica, orgânica e social) é muito útil e deve ser valorizado na discussão. A equipe deve tentar captar como o sujeito singular se produz diante de forças como as doenças, os desejos e os interesses, assim como também o trabalho, a cultura, a família e a rede social. Ou seja, tentar entender o que o sujeito faz de tudo que fizeram dele, procurando não só os problemas, mas as potencialidades."

HumanizaSUS - Clínica Ampliada e Compartilhada


sexta-feira, 29 de abril de 2016

sábado, 16 de abril de 2016

receita



o meu chapeu é de paia
meu sinhô buritizeiro
minha cantiga é de vento
o meu amor, verdadeiro

minha casa, rebocada
por dentro e por fora não
por dentro cravos e rosas
por fora, manjericão

botei fogo no CIÚME
mandei roçar SOLIDÃO
no meu quintal de SODADE
danou-se a nascer ... PAIXÃO

nasce a lua 
nasce o sol
estrela matutina
só tiro o meu chapeu
pra você, sinhá menina .. 


chapeu de palha - joão bá

sexta-feira, 8 de abril de 2016

para nossa luna



eu sempre soube que escreveria muito pra ela .. desde o dia em que soube que ela já estava entre nós. escreveria porque palavra minha num é de sair do acaso .. escrevo porque num tenho outro jeito de ser o que sinto. escrevo pela boca do amor .. e pra viver nossa bichinha só sendo na base de muito coração mesmo!

menos do que isso, num faria sentido algum ..

os ultimos dias num foram mesmo nada faceis justamente porque mexeram com o que trazemos de mais sensível em nós .. cutucou todos os nossos sentidos, incomodou, desafiou qualquer tipo de lógica que o homi ja tenha tentado construir em todos esses anos de mundo.
e crescemos dentro desse amor que melecou todos os nossos impulsos .. que nos fez chorar, gritar e estar em silêncio .. agora, esse mesmo amor nos conforta o coração e nos traz uma paz miúda .. que faz tudo estar em seu direito de acontecer.

ser tia de estrela num é mesmo pra qualquer um ..

oiar, cheirar, pegar nos braços e ninar uma estrela é um daqueles momentos unicos na vida .. o céu esteve na terra e trouxe lindas mensagens ..

agradeço a minha mana por ter mantido por tanto tempo em seu corpo a renovação e suspiro de nossas almas .. e a admiro ainda mais pela força de mãe que teve ao passar por tudo isso.

mãe de estrela, estrelinha é ..

e luna, nossa zubinha, já faz tanto tempo que cê ta nimim, mas agora a poesia segue mais encantada .. sim, aumentamos! muito obrigada

beijim da titia zuba

(30/03/2016)

sexta-feira, 11 de março de 2016

nomade orquestra



as nuvem ao pé do céu, rosada cos amarelo que só podia ser do sol, fez carim no zói da tarde e mandou avisá que hoje num ia tê chuva!
foi com essas previsão que fui pará nos imprevisto dum monte de pé que tava dançando a violença duma banda .. fiquei foi assustada com o tamanho de toda aquela brincadeira. 
tava miuda num cantim .. comendo, pisando, fungando e apertando aquelas música que a zoreia nunca que imaginô de ouvir, quando pedi licença ao colar só pra pô a mão no coração.
àquelas altura eu já num me cabia em lugar nenhum, já tava era ficando sem solução .. num tinha outro destino, daí cabei ficando em mim.
oiava pras esquina do sentimento, cada nota que nascia ardia no peito até causar uns trombo na garganta .. foi cada sintoma ..
a testa estreitava de estranheza e a boca sorria de sabida.
apareci com lágrima e sumi.
quem viu, viu.

pra fechá e absorvê as renovança, deitei nos caixote virada pra avenida .. a lua, toda cheia de vírgula, num queria sabê de ter final .. fiquei de plateia no mei dos tanto de luz da cidade.
oce pode num saber, mas sao paulo também faz seu show .. agora adivinhe só comé que a gente escuta .. ;-)

pense num trem bonito .. agora viva!

bjim da zuba.

sexta-feira, 4 de março de 2016

sampa, tem dia que oce me traz cada novidade ...



o ôns parô, o zói zoiô e a nuve andô
se nem o céu que é chei de quilos de azul consegue ficar parado
pra que é que eu vou parar?

a caminhada no dentro hoje foi longe e hoje vou dormir ca mente sorrindo!

ZUBA


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

ZUBA



ZUBA
 mineira com ascendente em sampa
lua no céu
sol na terra
marte nas alternativa
 e eu no mundo
ZUBA


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

avenida são joão



outro dia acordei do zói, da cuca e do coração, tudo junto!! num deu outra, saí pra viver! foi grande a alegria de, novamente, sentir-se numa frequencia real, ligando o dentro e o fora na velocidade e intensidade de um sorriso que sorri com os cutuco da vida!!!
era dia de sol, fui fono e parei no centro de sampa .. cabeça borbuiando em ideias e criações a todo momento. a cidade tava me dando era siricutico nas imaginação ..
pois bem, centrei, sentei e fiquei oiando o horizonte que, naquele momento, também recebia o nome de avenida são joão.
gente que nunca vi na vida me fez companhia em verbo e em oiar .. conversamos de tempo, grafite, melô e fedô.
rimos de graça que num tem nome e fizemo de gostosura o coração dos homi.
num dado momento, virei inté o que num era .. na boca dum, eu era do amazonas e num houve chance pra existência do contrario. 
me criaro dentro de uma história e eu apenas deixei. me crie memo que dum outro jeito a gente se compreende, meu fi .. mas depois fiquei preocupada porque eu tava virando coisa demais pruma única tarde .. aí ocê me destroi! hehe
uma chuva boa me guiou .. momi ligou preocupada e eu disse pra sussegá que chuva num moiava desse jeito todo, não, quando a realidade era que ela tava era boa de fazer estrago memo .. então saí foi dando carona de guarda-chuva. mais histórias, sacos e sacolas!
um dia alargado, alagado e largado ..
durante todos os encontros me renovava e ficava pensando em como a gente é mei bobo de num fazer isso mais vezes, mas isso é pensamento que num vale as profundeza, já que só reconhece a bobage aquele que já tá acordado!
e quero acordar ainda mais na companhia do ceis .. o dia vale a vida e todo suspiro vale as letra! um beijim pra todos os tudo!

ZUBA
(experiência de 20/02/2016)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

as letra de lá


nois
em nossa infinita mania 
de mexer nas letra
demo voz 
pras palavra do coração
..



sem fim


em terra de coração
num tem contramão


sapeca e taca tempero



otro dia fechei o zói só pra abrir o céu chei de estrela da minha cabeça .. 

ZUBA


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

me voltando


ha alguns anos, quando procurar era só um verbo e encontrar, apenas uma invenção, achei novos baianos .. me enchi dentro dum vazio que nem sabia que existia. 
agora, anos depois, volto aos novos baianos sabendo que de verbo e invenção o coração tá é cheio. falta inté nome pra dar presse tanto de apelido que a vida cria. cada um com sua oropa e essa é uma das minhas!

"eu não quero, não quero mais preocupations comigo .."



poema




eu hoje tive um pesadelo
e levantei atento, a tempo
eu acordei com medo
e procurei no escuro
alguém com o seu carinho
e lembrei de um tempo
porque o passado me traz uma lembrança
do tempo que eu era criança
e o medo era motivo de choro
desculpa prum abraço
ou um consolo

hoje eu acordei com medo
mas não chorei
nem reclamei abrigo
do escuro eu via o infinito 
sem presente
passado
ou futuro
senti um abraço forte
já não era medo
era uma coisa sua que ficou em mim

de repente a gente vê
que perdeu
ou está perdendo alguma coisa
morna e ingênua
que vai ficando no caminho
que é escuro e frio
mas também bonito
porque é iluminado
pela beleza do que aconteceu
a minutos atrás .. 

poema - letra de cazuza/interp. ney


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

vivência escola do MST

















nos ultimos dias estive em um lugar inspirador
compartilhando com pessoas inspiradoras

renovada!


solzim



mais de nóis!


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

quando o dia caiu ..


quando o dia caiu
num tinha um pra socorrê
pra revidar
tombou num azul
de fazê oi chuvê

zuba

assdenavaia




cheguei na beira do porto
onde as onda se espaia
as garça
dá meia volta
e senta na beira da praia
e o cuitelinho num gosta
que um botão de rosa caia
ai ai

quando eu vim da minha terra
despedi da parentaia
eu entrei no mato grosso
e dei em terras paraguaias
lá tinha revolução
enfrentei fortes bataia
ai ai

a tua saudade corta
como assdenavaia
o coração fica aflito
bate um e a outra faia
meu zói se enche dagua
que inté a vista se atrapaia
ai ai

cuitelinho


sábado, 16 de janeiro de 2016

quando o dia caiu


qual será o grande mistério que carrega?
você é admirada e cantada por todos
ainda ontem enquanto você brilhava nas alturas
os meus olhos atentos ao menor movimento te seguia
até você encobrir lá no fim do horizonte

há dias em que você aparece cheia
meia cara
um quarto bem no meio da avenida
em todos esses momentos
você é simplesmente bela
meu encontro com você foi paixão
a primeira vista
é pena você já estar acompanhada
sei que carrega um guerreiro por onde vai

qualquer dia desses em que você estiver cheia
colocarei minha enxada no ombro
montarei no meu belo cavalo branco
e vamos cavalgar por esse espaço sideral
parceira do sol

mistério lunar - mina das minas


só se for na zoropa dos oto



só se for na zoropa dos oto
aqui não

cada um ca sua oropa


zuba