segunda-feira, 14 de setembro de 2015

sabado à noite, deitada no colchão


(foto de Jean)


durante os dias de viagem da JUS, passamos por várias situações que saíram da curva. muitas delas marcadas pela presença da chuva.
a tempestade invadiu a cidade .. o vento estava inquieto e empurrou tudo que era água pra dentro de nosso alojamento. alguns materiais foram perdidos, malas foram molhadas, colchões e cobertores ensopados, mentes atormentadas. sem banho, sem eletricidade, todos à luz de lanternas. vontade de fugir.
mas não fugimos.

sabado à noite, um dia antes de voltarmos para são paulo. saí do nosso show de talentos que estava sendo realizado na praça da cidade. o show foi lindo! estava lotado, um clima de união surpreendente, população ativa, sorrisos .. risadas .. o show do ser!!

em uma caixinha que decidi montar para a feira da saúde, bolei algumas frases de auto aceitação. parava pessoas, conversava com elas e pedia o consentimento para que um papel fosse retirado.
quanto dente eu vi nesse dia! pessoas quietas em seus cantos .. tentando fugir, como todos nós, mas que se voltaram para si depois de ler a mensagem sorteada.

mas ao fim desse dia, decidi voltar para a quadra. tomei meu banho e me deitei. ela estava vazia .. 5 ou 6 cabeças, o silencio do vazio .. e a mente toda barulhada
eu queria escrever .. eu queria curtir aquilo que construímos por meses.


as horas
por gostarem de seus ponteiros
abraçam-os na furia do infinito
e aí
o passo se deita
a cabeça se rende
e as mãos se enchem de dedos tagarelas

mãos que conversam com os olhos
e que riem sorrisos
confissões
confusões
lágrimas
chuvas
apagões que clareiam suspiros
terra que se revirou
e ventos que deram altos rolês por aí
sacudindo enxurradas de eu

é ..
o destino pega
se apega
e decide me devolver mais uma vez

destino .. ê destino
me entregue
me coloque no dentro
me tire a certeza
e me admire nas ignorâncias que pisco

pois no fim
será nós
o eu que não sabe
quase não se vê
mas que se sente

ZUBA


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