quinta-feira, 3 de julho de 2014

sem fim



antes de deitar quer escrever
numa daquelas tentativas de ser
ser pra ser
pra saber que se é
sem saber por que
por quem
nem pra que

dormir só pra conhecer o meu eu
que o dia não me mostrou
que ficou escondido no sono
que a noite guardou

o meu eu que vive
dentro de mim
dos oto
e de todas as cenouras 

reflete branco
absorve laranja
numa coerência duvidosa
mas que dá alegria funcional às células

porque existir é feliz
mesmo sem saber o gosto e detalhes de cada ponta de sorriso
um sorriso às vezes frouxo
frouxo por não querer se fixar
não querer por não saber
mas nunca por não poder

o teu poder se faz em mim
numa curiosidade lagartinha
que brota no chão
e vai parar no céu

o céu que acaba na noite
e volta no dia
acaba na noite
volta no dia
o céu que nunca acaba
de acabar.

Zuba



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