quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

aquecidos pelo sol que vem depois do temporal: vamos!


hesitei .. não sabia se devia deixar registrado o que foi um ano que nem eu mesma sei de onde surgiu. situações desgovernadas que se encontraram com uma zuba ainda mais perdida. a mistura perfeita para dar no que não se sabe.

mas acho que eu nunca soube mesmo .. e talvez isso seja uma das poucas coisas que se mantiveram.
eu não sei, mas sinto .. e agora escrevo parte do que escrevi para os meus amigos que coordenaram a JUS comigo neste ano .. palavras que foram se tateando até que, enfim, algo que pudesse ser escrito fosse alcançado.

2015 foi bem atipico pra mim, me desconstruí intimamente em muitos níveis e esse foi um processo que me sobrecarregou emocionalmente mais do que eu poderia imaginar .. foi um boom, algo inesperado!! estive em falta com os outros, mas sinto que também estive em falta comigo, pois foram raros os momentos em que consegui de fato reconhecer e amar plenamente tudo o que eu estava vivendo. um ano dificil de compreender, vivido superficialmente ao mesmo tempo que mexia com o que há de mais profundo em um ser .. intenso!! mas embora tenha me roubado palavras e gestos, não me tirou a certeza do carinho e admiração que tenho e sinto por cada um de vcs, um por um mesmo! e por isso resolvi acrescentar linhas às minhas felicitações .. mantenho um respeito por vcs que é tão potente a ponto de me devolver à minha essência! obrigada por serem quem são e me desculpem por terem que me ver tão estranha durante todo esse período quando nem eu mesma curtia o que tava vendo .. mas há uma luz muito linda dentro de mim que insiste em me dizer que tudo isso passou. acho que estou conseguindo .. o sorriso, finalmente, volta cheio de sentido!


e o que eu desejo para 2016?

<<     > ❤ <    >>

me abraçar para poder abraçar mais verdadeiramente cada um doceis!!!


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

amanhã?



e já que é pra chuvê é bão que me mói direito

zuba

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

brincadeirinha dididie



n'tao miaju seguar ez barra kie gustar d'voe 
n'tao miaju seguar ez barra kie gustar d'voe 

:-p 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

ai, donoai!!!



certo dia enquanto eu escrevia nas mentalidades o que voz nenhuma colou na boca, percebi que o mió esporte que há de existir nesse mundo é o de donoai.
é nessas horas que falo de drible, arremesso e maré com siricutico .. é quando num sei de nada que sorrio pra donoai!

ai, donoai .. é verdade que oce tem seus temperim malino, mas tá pra nascê maió espetáculo de zóim perdido .. e é de zói em zói que nascem os encontros!!

tem gente chei de enfeite que num gosta do cê, é verdade! mas isso é bobage até umas hora .. sabe por quê? porque quando a gente aceita donoai, o abraço caminha ..

bas noite e beijim proceis e pra donoai (que, seguindo à risca seus ensinamentos, num sei se tá me ouvindo! hehe)

ZUBA


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

+ uma luta



"A ABRATO repudia a nomeação do novo Coordenador Nacional de Saúde Mental

A Associação Brasileira de Terapeutas Ocupacionais – ABRATO, vem publicamente posicionar-se contrária a nomeação do psiquiatra Valencius Wurch Duarte Filho, publicada em Diário Oficial da União, em 11/12/2015, para assumir a Coordenação Nacional de Saúde Mental. Este posicionamento baseia-se na trajetória profissional do senhor Valencius que está marcada pela defesa do modelo hospitalocêntrico, organicista, pautado em práticas contrárias ao preconizado pela Politica Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde.
Foi diretor técnico da Casa de Saúde Dr. Eiras de Paracambi, hospital psiquiátrico – RJ, fechado em 2012 após a constatação de violações de direitos humanos, como a prática sistemática da eletroconvulsoterapia (choque elétrico), presença de usuários com ausência de roupas, alimentação insuficiente e de má qualidade e número significativo de pessoas em internação de longa permanência.
Enquanto Terapeutas Ocupacionais pautamos nossa práxis no modelo do Desempenho Ocupacional que visa o estímulo ao empoderamento, autonomia e cidadania dos indivíduos. A atividade humana constitui-se em nossa ferramenta de trabalho e, ela tanto pode ser transformadora, com ação direta na promoção do protagonismo social, respeitando a singularidade de cada individuo, como segregadora e alienante, onde o sujeito perde sua autonomia e capacidade posicionar-se frente as ações de seu cotidiano. A história mostra que pessoas tiveram seu protagonismo “arrancado” nos porões da loucura nos diversos hospitais psiquiátricos e a Reforma Psiquiátrica teve e tem um papel fundamental no resgate da dignidade e humanidade desses sujeitos e desses coletivos.

Neste contexto, a ABRATO junta-se aos demais profissionais de saúde, trabalhadores do SUS, movimentos sociais e aos mais diversos coletivos que estão protestando e posicionando-se contrários a indicação do Sr. Valencius Wurch Duarte Filho. 
E, em Defesa da Democracia, do estado de Direito e da Reforma Psiquiátrica, vem publicamente apelar para o Ministro da Saúde que não incorra no erro crasso de manter um Coordenador de Saúde Mental que para além de não agregar representa um retrocesso na luta por uma Sociedade sem Manicômios."


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

versim das antigas pra cumemorá as férias



agitado cidadão
se eu te contasse o segredo
empacotado nos sussurros do vento
ocê até aprenderia a voar
mas quem dera
se o que te bastasse
fossem asas

ZUBA

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Se eu deixasse de ser quase
Seria nunca
Ou seria sempre?

- Zuba (não sei, de repente eu não seria nem talvez)

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eu rio porque eu só rio
se eu sorrisse perderia a sonoridade
e eu faço som
até com o piscar do meu par de zói
tá sabendo?

ZUBA

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Certo dia eu topei cuma pedra tagarela
A bichinha falava
(E como falava!)

Conjugava os verbos 
Como quem deslizava os dedos em seda
Adicionava subtrações
Em uma fração de tempo
Que até a multiplicação desconhece

Eita gulosinha!
Você não sabe
Mas eu te acho uma gracinha

ZUBA

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Numa dessas disputas
Entre o Sol e a Lua
A terra e o céu
Dentro de mim
Tudo cresceu

Entre o bem
E o mal
Eu prefiro o verbo
O conjugar que entrega a alegria
Sem esperar esperanças em troca

Coisa bonita num se inventa
Aparece

ZUBA

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

bom dia, senhor courbet .. resumo



ÉTICA - Bom dia, Senhor Courbet!
Adauto Novaes (org.)

Geralmente as discussões sobre as obras encontram suas questões nas relações entre o subjetivo e o objetivo; entre o que é biografia individual ou a pintura propriamente dita. Há também a discussão sobre obras que despertam e que solicitam de nós sensações e sentimentos para que, enfim, sejam apreciadas.
David foi um artista que celebrou a revolução francesa e o império napoleônico; Delacroix pintou a liberdade política e Courbet .. Courbet está na marginalidade, no que ainda não tem valor constituído. À arte de Courbet atribuem a estética realista, embora não exista nele a ideia de uma objetivação do real/não tome o real enquanto algo autônomo.
O campo da marginalidade é o território de eleição, um território privilegiado em relação ao dos outros homens.  O artista marginal é aquele que não deve mais nada nem ao mundo, nem a ninguém, a não ser a si próprio! Ele está acima dos outros homens e isso faz com que ele seja obrigado a construir uma ética para si.
Courbet, portanto, é autônomo. Está cagando e andando para os outros. Quer causar, faz o que sente vontade. Diz que “todo artista deve ser o seu próprio mestre”, botando pra fora todas as suas individualidades ao passo que assume “a plena liberdade de sua expressão própria”.
Courbet não curte instituições. Não curte escolas. Não curte academicismos. Não curte um monte de coisas, no entanto isso não faz dele um “mero espontâneo”. Há em Courbet a ideia da arte ligada à fabricação, e nela está subentendido o domínio dos processos que levam à realização do objeto artístico.
O artista, ainda,  grita a quatro cantos a ruptura com as instituições e com as tradições culturais imperantes. Mas que tradições seriam essas? As clássicas (Courbet recusa o belo ideal, aquela referência greco-romana) e as românticas (o imaginário, literário, o sentimental ..). Courbet na real tem horror ao ideal e ao imaginário. Para ele, as formas da cultura são convencionais, superficiais, supérfluas e enganadoras.
Mas se Courbet recusa o imaginário, instituições, a cultura, o ideal e a pedagogia (“todo artista é mestre de si”, logo Courbet jamé poderia ensinar algo a alguém) .. que que sobra?? Bom, resta a ética da simplicidade e a ética do olho.
Para Courbet, o artista só pode retratar o que está ao seu alcance (“eu pinto o que eu vejo” – o privilégio do olhar vinculado a uma individualidade) e isto num sentido profundo de conhecimento íntimo, de vivido. Assim, “a cultura do meu olho é determinado pela cultura a qual pertenço, por aquilo o qual eu estou, verdadeiramente, familiarizado”. (OBS.: estas não são citações de Courbet, mas sim interferências do cara que escreveu esse baguio sobre Courbet).
Carinha simpático esse Courbet, não é mesmo? E qual é a do universo dele? Que que compõe o seu universo? Bem, guarde aí: ele mesmo, as mulheres, a natureza (mas em paisagens que ele manja, que ele conhece) e os camponeses (os que ele conhece, os que são da sua região).
Esse universo deve ser pintado eliminando todo o sentimentalismo e toda a eloquência. O olhar deve ser simples, deve tratar, sem efeitos fáceis e com grande fidelidade, aquilo que ele está representando.
Tá, mas já que esse modelo de artista sugerido por Courbet deve fazer sua própria ética, qual seria a ética da marginalidade, afinal de contas?
Para Courbet, é central na ética desse artista é o papel atribuído ao próprio artista. Nesta ética, o artista é o pica das galáxias e tem muito mais importância do que o objeto artístico. Assim, os camponeses que ele pinta não são importantes aos seus olhos porque simplesmente eles são apenas os camponeses. No entanto, a importância mora no fato de que eles existem artisticamente por um ato instaurador que saiu do artista. Logo, não se trata da ética da arte, mas, sim, da ética do artista.
Somando a essa figurinha marota, devo dizer que Courbet causava. Era um figurão narciso, autoglorificava-se e se colocava em evidência sempre que achava a oportunidade. O corpo era importante para Courbet, ainda mais porque desde sempre ele era  gatão, mas aí depois ele fica meio gordinho e vira chacota dos migos, rendendo uma penca de caricaturas e de descrições horripilantes dele. Pois é, o bullying foi pesado!
Caramba, que cara chato .. mó narcisão. Pois é! Mas Courbet era esperto e se valia de seu narcisismo enquanto instrumento afirmador do lugar, ao mesmo tempo marginal e superior, do artista. Então ele é bem narciso mesmo na pintura, mas se ele não fosse desse jeitinho muito não teria sido discutido em relação à figura do artista. E talvez aqui esteja o lado bom da Sabrina (hehe :-p)
Quer exemplo disso? Têm altas pinturas de Courbet em que ele se representava sendo o fodão da parada em relação ao público que o apreciava, mas sempre naquele esquema: pintando apenas o que ele via.
Há uma pintura em específico, a “Bom dia, senhor Courbet!”, que demonstra legal essa questão. Duas pessoas (que representam o publico. E é um publico conhecido) tão pagando mó pau pra ele. E Courbet tava lá, suavão, andando à pé, em sua maior autonomia, indo pronde queria ir. No entanto, alguns estudos encontraram uma referência legal dessa pintura, sugerindo que a mesma fora inspirada em outra bem similar, que já existia. Nessa outra pintura (que é uma gravura), um judeu errante estava na mesma posição que Courbet, insinuando que era assim que o artista se sentia: ”um personagem que não tem o seu lugar, que está fora da sociedade, que é vagabundo, que está À MARGEM dela”.
Assim, Courbet bate o pé e confirma que, para ele, o artista é sim um marginal.
No entanto, porém, contudo, todavia, o que diferencia Courbet dessa outra pintura em específico, é que Courbet não se enxerga apenas como um artista marginal, não. Mas sim como um artista marginal que é zicão, superior. Portanto, ele é obrigado a estabelecer uma ética de fidelidade à sua arte, isto é, renunciar o próprio lugar no mundo porque sabe que o seu lugar está no universo elevado da arte, e ela vale o seu sacrifício!
No século XIX houve um considerável processo de transformação do papel do artista que rola logo depois que David fica famosão/poderoso. Courbet, então, será o primeiro a encarar a produção artística como algo independente, livre do poder e das instituições e de qualquer ética que não seja a própria do artista.
Ao traçar esse terreno marginal, estabelece-se o lugar (ou o não-lugar) do artista de vanguarda, tendo estes surgindo logo após ele. Estes artistas serão mais radicais, a ponto de ignorar o mundo ou sacrificar a razão, a vida, pela atividade artística, como por exemplo Gauguin, Van Gogh e Cézanne.
Quer mais exemplos da fodice de Courbet?
Courbet, ao recusar uma oferta dum trampo lá de Napoleão, redigiu um dos maiores documentos que retratam a "dignidade humana", tendo em vista que o artista teve a moralzinha de negar o $ e reconhecimento de um Estado que cagava e andava pra arte. Se Courbet aceitasse, caíria por terra tudo o que ele pensava sobre a figura do artista.
Nesta carta, Courbet diz: “Tenho 50 anos e sempre vivi livre; quando morrer, quero que digam de mim: aquele nunca pertenceu a nenhuma escola, a nenhuma Igreja, a nenhuma instituição, a nenhuma academia, sobretudo a nenhum regime, a não ser o regime da liberdade".

Courbet, zica memo, eim?

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

+ texto .. estudar estudar estudar



*TEXTO: AS FONTES DA ARTE MODERNA (argan)

*arte moderna nao é igual arte contemporanea
*há um periodo no século XX em que se pensou que arte para ser arte tinha de ser moderna, ou seja, refletir as caracteristicas e as exigencias de uma cultura conscientemente preocupada com o  pp. progresso/quebrar tradições.
*SÉCULO XX: arte modernista!
*ponto de ruptura na tradição artistica rola no impressionismo

*Impressionismo = começa qndo se percebe que o impressionismo mudou radicalmente as premissas, as condições e as finalidades do trabalho artistico

*+ impressionismo: orientava-se por uma tendencia classica ou romantica.
no impressionismo, o artista tinha o objetivo de traduzir na obra de arte a sensação visual imeditada. Impressionismo afirmara o valor da sensação como fato absoluto e autonomo: o artista realiza na sensação uma condição de plena autenticidade do ser.

*+ IMPRESSIONISMO: pesquisas em torno da emocionalidade visual (monet e pissaro faziam mt isso). but aspectos mais faceis e exteriores da visão impressionista (pintura cala, cor brilhante, fatura rapida, atenção dispensável ao que rola no diadia) ficava por parte doutros artistas mais tradicionais.

*NEOIMPRESSIONISMO: de Seurat e Signac nasce da vontade de dar à visão luminosa e colorística do impressionismo uma formulação rigorosa. desenvolvimento logico da objetividade impressionista. Tem um viés científico e por isso tem uma difusao europeia, constituindo PONTO DE PARTIDA DE TODAS AS CORRENTES VOLTADAS PARA A ANALÍTICA DA VISÃO, COMO CUBISMO E FUTURISMO. NEO-IMPRESSIONISMO tem um rigor cientifico, mas a ciencia n é a toda sua cultura. É preciso superar o caos sensorial e chegar à clareza absoluta da forma, mas sem perder a experiencia sensorial, que constitui o conteudo da consciencia e sem a qual ela nao pode existir, desde que a consciencia nao é mais que o proprio conteudo.

*a visão é algo que se faz mediante a pintura e consequentemente as fases do procedimento pictorico nao devem ter mais nada de inspirado ou de misterioso e sim ser visiveis e demonstraveis como as fases de uma experiencia cientifica.

* a realidade do homem n se resume à imediatez e à vivacidade das sensações, ja que sensações têm influencia de experiencia passada.

*artistas impressionistam passam a perceber que a sensação n é somente um fato visual, e que, envolvendo toda a existencia, alcança as camadas profundas do sentimento.

*O QUE É UMA ARTE MODERNA?
é a que busca estabelecer qual poderia ser a figura e eventualmente a estrutura de um mundo dado exclusivamente como sensação e fenomeno; definir o sentido e eventualmente a finalidade de uma existencia humana entendida exclusivamente como sucessão, interferencia e contexto de sensações.
É MODERNA PQ RENUNCIA QUALQUER PRINCIPIO DE AUTORIDADE (norma estética, tradição de valores, etc. nao passará).

*ARTE MODERNA -> prescinde de toda e qualquer tradição nacional e se coloca nao mais como arte ou beleza universais, mas sim como a arte de uma sociedade historica que busca superar as tradicionais fronteiras das nacionalidades e ser internacional ou europeia.

*a sociedade se forma e se educa tbm, embora nao exclusivamente, por meio da arte. assim, o artista tbm faz parte dessa sociedade

*+ ARTE MODERNA CARACTERISTICAS: formação contínua de grupos e tendencias, cada um dos quais enuncia e desenvolve um programa e tende a impor sua propria estetica (sua pp. poetica).

*some a finalidade de representar os valores religiosos, morais. a arte só pode ser uma modalidade da vida e, como tal, interferir em todos os aspectos da vida contemporanea. A ARTE TORNA-SE UM FATO PLENAMENTE SOCIAL, VINCULANDO-SE AOS MOVIMENTOS POLÍTICOS MAIS PROGRESSISTAS.

*NAO HÁ A POSSIBILIDADE de uma corrente artistica moderna que nao leve em conta, mesmo que polemicamente, a nova concepção do mundo e do homem, e sobretudo do homem no mundo, que os IMPRESSIONISTAS propuseram e, desde então, se procura aprofundar, explicar e levar às ultimas consequencias.

*a forma nasce de um processo de analise; a imagem, de um processo de sintese (descoberta de gauguin - figura central do simbolismo pictorico)

*gauguin = deseja saber o que significa a sensação, o que ela traz de volta do passado, qual seu envolvimento com o presente que leva a formar tal imagem na mente, etc. Para ele, o quadro nao é mais o anteparo em que se projeta uma figura do mundo, mas sim uma imagem autonoma, dotada de existencia e poder magicos. A SENSAÇÃO PERMANECE

*van gogh = aquele que derruba todas as pontes e coloca a arte como puro ato de existencia, assumindo a visão do real como expressão de uma condição interior, vinculando-se à mais profunda e autentica raiz romantica. Van Gogh busca Deus, mas sabe que nao poderá jamais encontra-lo e que a natureza será o caminho da queda e não da salvação. PORTANTO TEM SERIAS DIVERGENCIAS COM A VISAO DOS IMPRESSIONISTAS, ja que a violencia sensorial de gogh é bem negativa e revela somente a impotencia e o desespero do homem frente ao real. NAO ENTENDI, CANCELA.

*SECULO XX: fauvismo e expressionismo têm em comum a premissa historica do impressionismo, mas refletem o contraste de fundo entre cultura francesa e cultura alemã, entre um eterno classicismo e um eterno romantismo.

*O VALOR DAS SENSAÇÕES: junta fauvistas aos expressionistas. é ainda a sensação que define a condição existencial, o ser no mundo do homem moderno. Mas a sensação nos FAUVES é uma especie de exaltação pânica/apropriação total d realidade, nos EXPRESSIONISTAS é a irrupção de profundos e convulsivos complexos: aquela visão deformada, aquela sensação exasperada e furiosa, aquele juizo severo sobre as coisas do mundo sao o produto de antigos terrores e obscuras repressões.

*PROPOSTA DE MAURICE DENIS:
DEFORMAÇÃO DOS FAUVES -> objetiva
DEFORMAÇÃO DOS EXPRESSIONISTAS -> subjetiva.

domingo, 29 de novembro de 2015

resumo de texto legal



Bom dia, senhor Coubert!
Gustavo Coubert

TEXTO: ETICA (Resumo)


*obras que aliam o subjetivo ao coletivo; biografia individual ao que é pintura mesmo.

*obras que despertam e que solicitam sensações e sentimentos.

*David = celebra revolução francesa + imperio napoleonico; Delacroix = liberdade politica. Coubert = está na marginalidade, no que ainda n tem valor constituido. Atribuem-se a sua arte a estetica realista. (embora n exista em coubert a ideia de uma objetivação do real, n toma o real enqto algo autonomo)

*Campo da marginalidade = territorio de eleição, um territorio privilegiado em relação ao dos outros homens.

*Artista marginal = é aquele que nao deve mais nada nem ao mundo, nem a ninguém - a nao ser a si proprio. Ele está acima dos outros homens. Ele é obrigado a construir uma etica para si.

* Coubert: autonomo .. cagando e andando pros outros. quer causar, faz o que sente vontade. "todo artista deve ser seu proprio mestre". botar pra fora singularidades, "a plena liberdade de sua expressão propria"

* Coubert nao curte instituições. nao curte escolas, nao curte academicismos. mas isso nao faz dele um mero "espontaneo". Há em Coubert a ideia da arte ligada à fabricação, e nela está subentendido o dominio dos processos que levam à realização do objeto artistico.
Ruptura com instituições e com tradições culturais imperantes.

*Quais tradições? as classicas (coubert recusa o belo ideal, a referencia greco-romana) e as romanticas (imaginario, literario, sentimental ..).

*COUBERT TEM HORROR DO IDEAL E DO IMAGINARIO. para ele, as formas da cultura são convencionais, superficiais, superfluas e enganadoras.

*Tá, então ele recusa imaginario, instituição, cultura, ideal, pedagogia .. que que sobra? A ÉTICA DA SIMPLICIDADE E A ÉTICA DO OLHO

*"eu pinto o que eu vejo" = o privilegio do olhar, vinculado a uma individualidade. Para coubert, o artista só pode retratar o que está ao seu alcance, e isto num sentido profundo de conhecimento intimido, de vivido.
"o alcance do meu olho é determinado pela cultura a qual eu pertenço, por aquilo com o qual eu estou, verdadeiramente, familiarizado".

*O UNIVERSO DE COLBERT É COMPOSTO POR:
1) dele proprio; 2) das mulheres; 3) da natureza - mas em paisagens que ele conhece bem; 4) dos camponeses, mas dos camponeses da sua região;

*ELIMINANDO TODO SENTIMENTALISMO, TODA ELOQUENCIA, ESTE OLHAR DEVE SER SIMPLES. DEVE TRATAR, SEM EFEITOS FACEIS, COM GRANDE FIDELIDADE, AQUILO QUE ELE ESTÁ REPRESENTANDO.

* A ETICA DA MARGINALIDADE:
central na etica artistica de coubert = o papel que ele atribui ao artista (+ que ao objeto artistico).
ex: os camponeses que ele pinta nao sao importantes aos seus olhos pq eles são simplesmente camponeses, mas são importantes pq eles existem artisticamente por um ato instaurador do artista."

* não se trata da etica da arte, mas sim, da etica do artista

*Coubert causava. Era tipo como narciso, como alguem que autoglorificava-se e que se colocava em evidencia. O corpo é importante para Coubert, ainda mais pq desde sempre ele era mó figurão, mas depois fica gordinho e vira chacota dos migos e de inumeras caricaturas.

*Coubert se vale de seu narcisismo enquanto instrumento afirmador do lugar, ao mesmo tempo marginal e superior, do artista. Então ele é bem narciso mesmo na pintura, mas se n fosse isso, muito n teria sido discutido em relação à figura do artista.

*Altas pinturas de Coubert em que ele se representava sendo o fodão da parada em relação ao publico que o apreciava. Mas sempre naquele esquema: pintando o que ele via.

*Uma pintura em especifico, a "bom dia, senhor coubert" demonstra legal essa questão. Duas pessoas (publico) tão pagando mó pau pra ele. Tendo Coubert andando com autonomia, à pé, até onde ele queria ir. No entanto, alguns estudos encontraram uma referencia legal dessa pintura, sugerindo que foi inspirada em outra bem similar que ja existia. Nessa outra pintura, um judeu errante estava na mesma posição que Coubert, insinuando que era assim que o artista de sentia:"um personagem que não tem o seu lugar, que está fora da sociedade, que é vagabundo, que está À MARGEM dela".

*O ARTISTA = O MARGINAL

*No entanto, o que diferencia Coubert dessas referencias de sua pintura, é que Coubert nao se enxerga apenas como uma artista marginal, mas sim como um artista marginal que é SUPERIOR. Para tanto, ele é obrigado a estabelecer uma ética de fidelidade à sua arte, isto é, renunciar o proprio lugar no mundo porque sabe que o seu lugar é no universo elevado da arte, e ela vale o seu sacrificio.

*SEC XIX = processo de transformação do papel do artista que rola logo depois que David fica famosão/poderoso. Coubert será o primeiro a encarar a produção artistica como independente, livre do poder e das instituições e de qualquer etica que nao seja a propria do artista.

*Ao traçar o TERRO MARGINAL = estabelece o lugar (ou nao-lugar) dos artistas de vanguarda que surgem após ele. Estes serão mais radicais a ponto de ignorar o mundo, ou sacrificar a razão, a vida, pela atividade artistica. (ex:Gauguin, Van Gogh, Cézanne).

*Coubert, ao recusar uma oferta dum trampo lá de Napoleão, redigiu um dos maiores documentos que retratam a "dignidade humana", tendo em vista que o artista teve a moralzinha de negar o $ e reconhecimento de um Estado que cagava e andava pra arte. Se Coubert aceitasse, caíria por terra tudo o que ele pensava sobre a figura do artista.

Na carta:"Tenho 50 anos e sempre vivi livre; quando morrer, quero que digam de mim: aquele nunca pertenceu a nenhuma escola, a nenhuma Igreja, a nenhuma instituição, a nenhuma academia, sobretudo a nenhum regime, a não ser o regime da liberdade".


terça-feira, 24 de novembro de 2015

guardo as palavras num sopro e a arte se faz em mim




guardo as palavras num sopro e a arte se faz em mim: todo o não dito, vozes aprisionadas, o recheio da consciência é o contorno do coração.

e esteve tudo guardado
mas a arte não aguarda
dentro ou fora
frente ou verso
ela num espera definições
porque ela num é
ela está.

no corpo
no sopro
nas palavras da boca e do zói
nos sentimentos da oreia 
nos labirintos da cuca

o que não foi, está.

((ZUBA))
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descrição da ideia: trabalho realizado para a disciplina de processos criativos do curso de terapia ocupacional da USP. 

a ARTE está no corpo.

BALÃO = (AR): concentração de palavras + sentimentos não expostos. no sopro está o impulso, mas é com o contorno da bexiga que criamos o não dito.

CORPO = (TE): fecha o cenário, consolidando a ideia de que o que somos é o que constroi a arte. a arte está em nós.

BALÃO + CORPO = ARTE

todos nós, à nossa maneira, somos legítimas obras de arte!

e fica a recordação do que ESTÁ para toda a turma.


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terça-feira, 17 de novembro de 2015

projeto final




em processo ..

"guardo as palavras num sopro e a arte se faz em mim"

ZUBA

em breve!

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guardo as palavras num sopro e a arte se faz em mim: 
todo o não dito, vozes aprisionadas, o recheio do coração é o contorno da consciência.
e esteve tudo guardado.
mas a arte não aguarda
dentro ou fora
grande ou miuda
ela num espera definições
porque ela num é
ela está
no corpo
e no sopro

nas palavras da boca e do zói
nos sentimentos da oreia e da cuca

o que não foi
será
e o que for
simplesmente é

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

a mais pura emoção



existe um mundo agitado dentro 
que naguenta ver o agito de fora
e nessas horas de intolerancia
quando é baixa a resistencia da cuca
existem musicas que nos devolvem
o tamanho do coração

a busca do sossego
é o sorriso da desordem
e numa dessas brincadeiras
fiquei foi bagunçada demais
uma construção malina
que doi
e que faz fraco o oio já pequeno

miúda, miúda
até soltar água com gosdisal
calcula o que fugiu da matemática
e que foi parar lá nas matéria
da mais pura emoção ..

ZUBA
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tentando traduzir os famosos dias ruins
e a esperança de se voltar a ser o que sempre foi

é, zubinha
vai mais um tiquim de vida aí?



domingo, 8 de novembro de 2015

mas onde se chega assim?


talvez o milton não saiba, mas cada vez que eu o escuto algo (re)nasce em meu coração ..
nascimento que chega na hora certa
que aponta lá no aonde
 que me devolve pro meu fim
e nos ultimos dias os meus fins têm sido tragicos
que bad vibe lascada
a alegria parece não fazer sentido
e num há simplicidade aceitável
cricri até umas horas
uma pessoa insuportável
eu nao nego esse meu surgimento
mas ele nao me faz feliz
num tem procedencia
eu num boto fé
é racional a minha discordância
mas no coração a razão num tem moral
ele apavora o que dá pra apavorar
e me dá sustos com todas essas novidades
num sei se eu que andei mei desligada
desconectada de amor próprio
se a reflexão errou o ataio
ou sei la que virus bugou meus ócli de dentro
mas sei que estou consertando
procurando caminhos dantônti
e buscando novos pro amanhã
no fim é tudo vida
na ida e na volta
mas às vezes seu passo machuca 
e me faz dançar um ritmo
que eu nunca ousei experimentar

então dancemos
que a zuba tarde
mas nao faia.

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por tanto amor
por tanta emoção
a vida me fez assim
doce ou atroz
manso ou feroz
eu 
caçador de mim

preso a canções
entregue a paixões
que nunca tiveram fim
vou me encontrar 
longe do meu lugar
eu
caçador de mim

nada a temer se não ocorrer da luta
nada a fazer se não esquecer o medo
abrir o peito à força
numa procura
fugir as armadilhas
da mata escura

longe se vai
sonhando demais
mas onde se chega assim?
vou descobrir o que me faz sentir
eu 
caçador de mim

Caçador de Mim - Milton Nascimento




quarta-feira, 4 de novembro de 2015

presunto que me assustou


hoje eu pensei que ia morrer por causa de um presunto
ele estava esquisito, mas eu decidi come-lo ainda assim.
deite-me no sofá e minha pressão caiu
nunca imaginei que um presunto ia me assustar 
mania de presunto


domingo, 25 de outubro de 2015

páguardá




as horas não se contavam .. 


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

transcrição de entrevista - eduardo galeano


O entusiasmo é uma vitamina “E “– de Entusiasmo -, que vem de uma palavra grega que significa “ter os deuses dentro”. E toda a vez que eu vejo que os deuses estão dentro de uma pessoa ou de muitas, ou da natureza, ou das montanhas, ou dos rios, eu digo: isso é o que me falta pra eu me convencer de que viver vale a pena. E que viver está muito, muito, muito além das mesquinharias da realidade política onde se ganha ou se perde… E da realidade individual, também. Ganhar ou perder na vida… isso importa pouco! Em relação com esse outro mundo que te aguarda. Esse outro mundo possível. Que está na barriga deste.
Vivemos um mundo infame, eu diria. Não nos incentiva muito… Um mundo mal-nascido. Mas existe outro mundo na barriga deste. Esperando… E é um mundo diferente. Diferente e de parto complicado. Não é fácil o seu nascimento. Mas com certeza pulsa no mundo que estamos. Um outro mundo que “pode ser”, pulsando no mundo que “é”. Essas manifestações espontâneas na Espanha são prova disso. E alguns me perguntam: “Mas o que vai acontecer?! E depois?! O que vai ser?!” E eu simplesmente digo o que nasce da minha experiência: Bom… Nada. Não sei o que vai acontecer. E não me importa o que “vai” acontecer. Me importa o que “está” acontecendo. Me importa o tempo que “é”. E o que “é” é o tempo que se anuncia sobre outro possível que acontecerá. Mas o que acontecerá no fim, não sei.
É como se me perguntassem quando me apaixono, quando vivo uma experiência de amor a fundo de verdade, quando sinto que vivo e não me importo se morrerei nesse momento mágico de amor, quando acontece. Pois então… O amor é assim! “É infinito enquanto dura”. E é importante que seja infinito enquanto dura. Não temos que planejar tudo como se estivéssemos fazendo o balanço de um banco. Assim: “Dívida, balanço, saldo. Estatísticas, probabilidade. O que nos espera?”. E o que me importa a merda que nos espera?
Esses tecnocratas de quinta categoria… são uns ignorantes! Não sabem nada de nada (“un carago de nada!”) e ganham uns salários imensos! E, em cada crise que eles desatam, acabam aumentando suas fortunas! Porque são recompensados por essas façanhas que consistem em arruinar o mundo! Esse é um mundo ao contrário: que recompensa os seus arruinadores ao invés de castigá-los. Não tem nenhum preso, entre os banqueiros que promoveram, provocaram essa crise no planeta inteiro. Nenhum preso! E, por outro lado, há milhares de presos por terem consumido maconha! Ou por terem roubado uma galinha! Milhares de presos! É o mundo do avesso! Um mundo de merda! Mas não é o único mundo possível. E cada vez que eu me junto a essas concentrações lindíssimas com os jovens, penso: Há um outro mundo que nos espera.
Esse mundo de merda está grávido de outro. E são os jovens que nos levam para frente. Esses jovens excluídos pelas seleções regidas pelos interesses dos partidos políticos, nos quais eles já não votam! Eu tô chegando agora da América do Sul. Os jovens chilenos não votaram lá no Chile. 2 milhões de jovens chilenos não votaram! Não votaram porque não crêem na democracia que oferecem a eles. E quantos jovens não votaram na Espanha? Não sei. Nem foram contados. Mas, dentro dos 10 milhões de espanhóis que não votaram, deve haver muitos jovens. E não é que não acreditem “na” Democracia. Não! O que acontece é que não acreditam “nessa” democracia manipulada, nesse nome sequestrado pelos banqueiros, pelos políticos mentirosos – “artistas de circo” que oferecem uma pirueta diferente a cada dia.
Havia um velho político no Uruguai, morreu há muitos anos, que não era revolucionário nem nada, era um político do sistema, mas era um homem que conhecia a vida mais que muitos outros. Chamava-se Herrera, falava fanhoso. Quando lhe ofereceram um candidato, na lista do Partido Nacional, perguntado “o que você acha de fulanito para senador?”, ele disse: “Não, não, não! Porque esse é um redondo!” Ele chamava de “redondo” àqueles que ficavam “redondos” de tanto girar. Era verdade! E na realidade política atual há uma imensa quantidade de “redondos”, que ficam “redondos” de tanto dar voltas. E os jovens têm culpa de não acreditar nos “redondos”? Ou são os “redondos” que têm culpa de os jovens não acreditarem neles?
Bom, eu gosto de estar aqui conversando, porque é disso que eu gosto: jogar conversa fora. Se você tivesse me pedido para eu oferecer minha versão sobre o futuro da humanidade, eu teria dito: não! Eu gosto de jogar conversa fora, conversar com meus iguais, porque são iguais a mim. Porque somos todos iguais na luta por uma vida diferente. E tomara que isso siga vivo, porque senão… pra que merda viver? Se não for porque creio em algo melhor que isso? Mas não quero transmitir nenhuma mensagem para a humanidade.
Eu estive aqui conversando, me filmaram e tal… Tudo bem. Mais nada. Mais do que isso não posso, porque não sou um guru de nada, nem sábio… Além disso, confesso: os intelectuais me dão pena. Eu não quero ser intelectual! Quando me chamam de “distinto intelectual”, eu digo: Não! Não sou! Os intelectuais são os que divorciam a cabeça do corpo. Eu não quero ser uma cabeça que rola por aí. Sou uma pessoa! Sou cabeça, corpo, sexo, barriga, tudo! Mas não um intelectual, esse personagem abominável!
Como dizia Goya: “A razão cria monstros”. Cuidado com quem somente raciocina! Cuidado! Temos que raciocinar e sentir. E quando a razão se separar do coração, comece a tremer. Porque esse tipo de personagem pode levar ao fim da existência humana no planeta. Eu não vejo a vida como eles. Eu acredito nessa fusão contraditória, difícil, mas necessária entre o que se sente e o que se pensa. Então, quando aparece alguém que só sente, mas não pensa, eu digo: é um sentimental. Mas quando só pensa e não sente, eu exclamo: Ai, que medo! Que horror! Que coisa espantosa! Uma cabeça que rola!
Essa sabedoria não me interessa mais. Me interessa a sabedoria que combina o cérebro com as tripas. Que combina tudo! Sem esquecer nada! Porque a cabeça sozinha é muito perigosa. É como o louvor ao dinheiro, um hino que se lança a cada dia. “Ah, que maravilha a liberdade do dinheiro”. A liberdade dinheiro é inimiga da liberdade das pessoas. Muito cuidado com o dinheiro livre. É muito pior que um animal selvagem livre. Não! Dinheiro livre não! Foi isso o que provocou as maiores catástrofes da humanidade.
O importante é que nós, as pessoas, sejamos livres. E plenamente conscientes de que somos parte da natureza. Esse foi o mandamento que Deus esqueceu: “Serás parte da natureza. Obedecerás à natureza de que fazes parte”. Deus se esqueceu porque estava ocupadíssimo… Mas está em tempo de recuperar isso.”

Eduardo Galeano (acredito que em 2011)


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

eu é menó, nóis é maió




"ninguém pode ser autenticamente humano, enquanto impede outros de serem também"
Paulo Freire - Pedagogia do Oprimido



domingo, 11 de outubro de 2015

zóim contornado - em paz ..



_pro zóim contornado_


tudo começou quando a gente era bem pequeno
a escola era dona de nossa tarde
e o cascaio
o dono de nossa estrada

nos recreios
os giros
os tapas
as correrias
as ofensas
o ser criança
e misturar numa brincadeira
os patrocinadores da vida adulta
a vergonha
a tristeza
a raiva
e o amor

.. o amor pulava

crescemos
sumimos
e aparecemos naquele casamento 
aquele lá que durou menos de um mês
mas que guardou oiares que ficam na terra
eu te vi
ocê me viu
lembro da surpresa
e era sempre o mesmo papo de passado
mais presente do que nunca

e lá
nóis com alguns centimetros a mais de vida
nos concentramos no que faz sorrir

sumimos
e crescemos mais um pouco
dois mil e quinze ainda se acostumava com a vida
e ela
numa tentativa de bagunçar
jogou a gente numa festa estranha 
nossos amigos ficaram bebados
se preocuparam com outras coisas
eu te vi
ocê me viu
e ficamos sentados em frente à muvuca

mais uma vez
partimos do passado
e fomos avançando no tempo
conversamos sobre o agora
o que estávamos fazendo
os gostos musicais
a vida em sumpaulo
e como era viver na roça

e eu achava lindo ele ainda viver sob o mesmo céu ..

quando penso nele
a primeira coisa que aparece são seu zoi
eram mei nublados
mistura de verde com cinza
e pareciam serem contornados com lapis preto de oi
só que isso era coisa dele mês
num era invenção

sua voz era interrogativa
às vezes se apressava
mas eu num sei se ele tinha pressa
num deu tempo de descobrir
ele falava era sorrindo
e agora eu tô sorrindo também
só de lembrar

crescemos a rua
fomos caçar rumo com a turma
minha vontade era de estar por perto
e quando teve a oportunidade
se grudou em meu braço
e disse pra gente se fingir de junto
só pra num levantar suspeitas
lembra dos patrocinadores da vida adulta?
eu sempre soube que um deles pulava ..

mas chegou a hora de ir embora
ele ia ter de dormir na rua 
ia ter de esperar o dia receber o sol
só pra poder voltar pra casa

as ruas foram diminuindo
fui dormir
com vontade de acordar
ele anotou o meu numero
 embora eu tenha esperado
meu celular nunca tocou

 e agora num vai mais tocar ..

________________________________________________________


fique em paz 
descanse do susto
e num fique preocupado
tbm num sabemos o que dizer
só sei que cada vez que um sobe
o céu cresce em mistério

obrigada por todos esses encontros
tá guardado .. 



sexta-feira, 2 de outubro de 2015

san vicente





"coração americano .."
esse versim sempre ecoava na minha cuca
eu ja escutei esse som em algum momento 
e ele
sem que eu soubesse
grudou nimim
a vida
brincando de reencontro
(uma de suas brinks favoritas)
atropelou meu dia 
completando o verso solitário
e eu 
como quem tem intimidade cas lágrima
sei que chorei
chorei por dentro



quando o amor vira um chuvisco que curte passear



seu zoim bria aluminio
que alumia o viver
sorriso sorri grande
que é pra fazer chuvê
a água cai
bate na mola
grita e
volta pro céu
o azul acoie o amor
e as nuvens cata co chapé
amarrota
guarda
cuida do peito moiado
espera o próximo trombo
que é pra se soltá largado
faz tempestade
tempera o coração dos oto
e fica aquietado
num trem que deixa é bobo
e nesse vai e vem
de céu e terra
 tempo e espaço
cresce essa image
que eu mesma faço

ZUBA


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

minha amiga foia reflete a vida



hoje enquanto caminhava pro metrô o tempo danô de budiá .. o céu emprestou seu sol, as nuvens decidiram invadir e o vento, que já tava era cansado de ficar dendecasa, soprou laaaaargo .. e foi nessas sopranças que as foias, desprendidas de seus outonos, começaram a correr na direção dos meu zói!!
gaio, poeira, pedrinha, te contá que meu par tava com o poder, parava tudo que era coisa nele .. e meu corpo (que teimava contra aquela corrida) recebeu uma foia .. e ele a levou a sério demais!
peguei a foia, oiei em seu oiá e os óim briavam um brio perdido .. ela tava confusa e eu, numa brincadeira de vida, disse que ia leva-la para conhecer outros lugares da cidade, e fomos!!

andamos muito, retribuímos o "tchau" da garotinha loira que tava indo pra escola e, por fim, chegamos até a estação! depois dum tempo de anos, visualizei uma nina que num via há um ticão .. tava diferente, nem se lembrava de mim. ela ria toda pro celular e eu me ria toda pra amiga foia .. minha amiga foia, que parecia bem esclarecida em suas linhas, naquele momento alumiou o mais confuso dos sentimentos .. e a vida fez sentido em seu traço! segui satisfeita aquela viagem, mas num durou muito tempo ..

em um dos passos do dia, enquanto alisavoiava minha companheira, percebi que eu havia sido um tanto quanto injusta: ela seguia seu caminho, mas teve a infelicidade de bater justo nimim! às vezes ela nem queria dar essas voltas todas e eu a confinei às minhas noções .. pobre foia, a essas alturas ela ja tava era mirradinha, toda cansada daquele vuco vuco. pedi desculpas, mas dadas as experiências do dia, confirmei com ela que se há algo em comum entre nós, esse algo é o destino .. e com ele a gente se resolve cada um em seu tempo! quando ela tivesse de ir embora, ela iria, e para seu alivio, num ia ter tanto de mim nessa decisão. ela pareceu concordar.

perto de casa, pensava em como terminaríamos este dia .. não me prolonguei muito pois já havíamos conversado sobre como respeitamos a beleza do incerto .. mas ao fim do pensamento, como se o destino tivesse cara, cheiro e pressa, veio o vento e a pegou de volta .. vai ver ainda era o mesmo!! seu danado ..

ela caiu
e eu continuei andando
esfreguei meus dedos uns nos outros, senti a superfície da falta
dei uma risadinha
mas num oiei pra trás
porque destino é coisa de frente
coisa que a gente enfrenta todo dia ..

ZUBA

__

na hora certa entendedores entenderão! 
no mais, um beijim pra minha amiga foia .. obrigada por construir comigo esse dia lindo e cheio de metáforas!


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

registro poetico da aula de hoje



o silêncio
dono de profundidades
alarga o incerto
e mexe nas alturas

fica grande perto de nossa pequenês
e se apequena toooodo quando somos gigantes

e é nisso que moramos
num corpo que num cabe em palavras
que se demora em frases
e que se rouba em outras tantas
num corpo que oia
pisca
flerta
abraça
e que por fim se fecha
só pra poder se alumiá

se mistura em suas vozes
em seus tempos
em suas artes
passeia pela duVIDA
e de novidade nessa história
encontramos só o "du"
o resto é esperto ..

enfrentamos um mundo ativo
que conversa fiado
conta piadas de mau gosto
e que ainda zomba de nossos planos
mas quando somos rugosos
confundimos seu riso
e aí ele num tarda a entrar em nossa dança

dança que em 
um
dois
três passos
num dimensiona
a imensidão do eu

eu que cala*
mas que num nega
só pra nunca ter que calar


ZUBA



*ficamos em silêncio. estar em silêncio = denuncia.
e é dessa denuncia que precisamos para que NUNCA NOS CALEMOS*



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

ensino religioso nas escolas publicas


http://www.ebc.com.br/educacao/2015/06/stf-promove-debate-sobre-ensino-religioso-em-escolas-publicas

ensino religioso ou ensino centrado nas concepções católicas sobre a religião?

para que tá fei, fi
hoje me lembrei dos meus tempos de fundamental ..
percebi como essa matéria assumia uma postura profundamente autoritária e que, por ser assim, excluía tantas outras possibilidades.

mas cá pensando .. o perfil da escola tem sido esse:
repasse de saberes e conhecimentos sob uma única perspectiva. as outras não têm espaço, não têm estrutura para serem debatidas.

é sempre um lado da moeda
o lado que dá moeda

é osso!!


domingo, 20 de setembro de 2015

sem saber o nome do que pratica



"Mora comigo, na minha casa, um rapaz que eu amo. Aquilo que ele não me diz porque não sabe, vai me dizendo no seu corpo que dança para mim. Ele me adora e eu vejo através dos seus olhos um menino que aperta o gatilho do coração sem saber o nome do que pratica. Ele me adora e eu o gratifico só com os olhos que o vejo. Corto todas as cebolas da casa, arrasto os móveis, incenso. Ele tem medo de dizer que me ama. E me aperta e mão, e me chama de amiga."


abre as asas sobre nós



"mas afinal, o que diabos é a liberdade? será que é aquilo que sempre faço quando sempre quero? ou é aquilo que me quer, e aí eu faço na hora que quero?"


trecho de "tatuagem", filme.


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

sabado à noite, deitada no colchão


(foto de Jean)


durante os dias de viagem da JUS, passamos por várias situações que saíram da curva. muitas delas marcadas pela presença da chuva.
a tempestade invadiu a cidade .. o vento estava inquieto e empurrou tudo que era água pra dentro de nosso alojamento. alguns materiais foram perdidos, malas foram molhadas, colchões e cobertores ensopados, mentes atormentadas. sem banho, sem eletricidade, todos à luz de lanternas. vontade de fugir.
mas não fugimos.

sabado à noite, um dia antes de voltarmos para são paulo. saí do nosso show de talentos que estava sendo realizado na praça da cidade. o show foi lindo! estava lotado, um clima de união surpreendente, população ativa, sorrisos .. risadas .. o show do ser!!

em uma caixinha que decidi montar para a feira da saúde, bolei algumas frases de auto aceitação. parava pessoas, conversava com elas e pedia o consentimento para que um papel fosse retirado.
quanto dente eu vi nesse dia! pessoas quietas em seus cantos .. tentando fugir, como todos nós, mas que se voltaram para si depois de ler a mensagem sorteada.

mas ao fim desse dia, decidi voltar para a quadra. tomei meu banho e me deitei. ela estava vazia .. 5 ou 6 cabeças, o silencio do vazio .. e a mente toda barulhada
eu queria escrever .. eu queria curtir aquilo que construímos por meses.


as horas
por gostarem de seus ponteiros
abraçam-os na furia do infinito
e aí
o passo se deita
a cabeça se rende
e as mãos se enchem de dedos tagarelas

mãos que conversam com os olhos
e que riem sorrisos
confissões
confusões
lágrimas
chuvas
apagões que clareiam suspiros
terra que se revirou
e ventos que deram altos rolês por aí
sacudindo enxurradas de eu

é ..
o destino pega
se apega
e decide me devolver mais uma vez

destino .. ê destino
me entregue
me coloque no dentro
me tire a certeza
e me admire nas ignorâncias que pisco

pois no fim
será nós
o eu que não sabe
quase não se vê
mas que se sente

ZUBA


domingo, 13 de setembro de 2015

ironias do destino - mais uma viagem jus



(JUS/2015)

fim do ciclo jambeiro
um peso fica
o outro vem

vida
ocê é muito danada


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

a pessoa com deficiencia e a crise das identidades na contemporaneidade



http://www.scielo.br/pdf/cp/v40n139/v40n139a03.pdf

leia com calma!


domingo, 30 de agosto de 2015

a felicidade de se compartilhar




rodrigão é um amigo muito especial!!
como é bom conhecer em vida pessoas assim .. que se doam sinceramente e que sentem todos os pulsares do presente

pra se guardar do lado esquerdo do peito 

...



sábado, 29 de agosto de 2015

sol e chuva




não, não quero mais
brincar de sol e chuva
com você
não suporto mais
brincar de sol e chuva
com você
eu não quero mais ..

para seu dedo tenho
um dedal
pro seu conselho
cara de pau
tenho dezembro
tenho janeiro
e se não me engano
tenho fevereiro

se essa vida
é um desmantelo
me mate
que eu sou
muito vivo

vivo!


terça-feira, 25 de agosto de 2015

terra vermelha - introd. para reflexão





proximo filme cas mina



http://www.tvzero.com/projeto/nise-o-coracao-da-loucura

Nise - O coração da loucura

Ao sair da prisão, a doutora Nise da Silveira volta aos trabalhos num hospital psiquiátrico no subúrbio do Rio de Janeiro e se recusa a empregar o eletrochoque e a lobotomia no tratamento dos esquizofrênicos. Isolada pelos médicos, resta a ela assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá início à uma revolução regida por amor, arte e loucura.



domingo, 9 de agosto de 2015

rramo pra semana?



"tem que existir um por que .. que aí a gente aguenta até o como"

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

processos criativos



desde o inicio
parti do tudo do agora
do vazio que ficou cheio
e do cheio que virou vazio

quando pude curtir o silêncio
preferi o som do barulho
quando pude curtir a paz
fiz foi muita bagunça
quando caiou de chorar
vi zóio rindo

meus momentos sempre foram descompassados
minha saudade do passado
é por ambições do presente
e meu futuro, desse jeito, nunca quis saber de mim

é assim que me construí
presente, presente, presente
abandonada na coerência
apaixonada pela coesão
é o poder do congestionamento de palavras!
e uma delas 
num tempo
fez trânsito na cabeça

terapia
palavra de novela
parece coisa bonita
que devolve 
aprende
ensina
e que dá passos
um dia queria ser
qualquer coisa que tivesse terapia
ser o que não se sabe
e ainda assim continuar sendo

fondo
encontrei terapia ocupacional
nome legal
meio grande
parece até história

nessa vida é um tal de fazer prova
certo dia eu fiz uma
que tava querendo me levar lá pras banda de fora
quase mudei
e mais uma vez
podendo seguir
decidi parar

fiquei em sumpaulo
até que tô gostando
e se tem em algum canto
certeza dessa vida
ela tá é ajuntada
com a tal de terapia

porque a gente caminha junto
feito palavras que se cruzaram
presente, num desgruda
que aí a graça acaba.

zuba