terça-feira, 5 de abril de 2011
Marvin.
"Meu pai não tinha educação. Ainda me lembro, era um grande coração. Ganhava a vida com muito suor e, mesmo assim, não podia ser pior. Pouco dinheiro prá poder pagar todas as contas e despesas do lar ... mas Deus quis vê-lo no chão com as mãos levantadas pro Céu e implorando perdão. Chorei! Meu pai disse: 'Boa Sorte', com a mão no meu ombro em seu leito de morte e disse: 'Marvin, agora é só você e não vai adiantar chorar, vai me fazer sofrer!'
E três dias depois de morrer, meu pai, eu queria saber. Mas não botava nem os pés na escola ... mamãe lembrava disso a toda hora. E todo dia antes o Sol sair eu trabalhava sem me distrair.
Às vezes acho que não vai dar pé. Eu queria fugir, mas onde eu estiver eu sei muito bem o que ele quis dizer. Meu pai, eu me lembro, não me deixa esquecer. Ele disse: 'Marvin, a vida é pra valer. Eu fiz o meu melhor e o seu destino eu sei de cor.'
- E então um dia uma forte chuva veio e acabou com o trabalho de um ano inteiro e aos treze anos de idade eu sentia todo o peso do Mundo em minhas costas. Eu queria jogar, mas perdi a aposta
Trabalhava feito um burro nos campos, só via carne se roubasse um frango. Meu pai cuidava de toda a familia, sem perceber segui a mesma trilha. E toda noite minha mãe orava à Deus, era em nome da fome. Eu roubava.
Dez anos passaram, cresceram meus irmãos e os anjos levaram minha mãe pelas mãos. Chorei! Meu pai disse: 'Boa Sorte', com a mão no meu ombro em seu leito de morte e disse: 'Marvin, agora é só você e não vai adiantar chorar, só vai me fazer sofrer. Marvin, a vida é pra valer. Eu fiz o meu melhor e o seu destino eu sei de cor' ... "
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