"O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove
Chover chover
Valei-me, Ciço o que posso fazer
Chover chover
Um terço pesado pra chuva descer
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê
Chover chover
Cego Aderaldo peleja pra ver
Chover chover
Já que meu olho cansou de chover
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê
Meu povo, não vá simbora
Pela Itapemirim
Pois mesmo perto do fim
Nosso sertão tem melhora
O céu tá calado agora
Mas vai dar cada trovão
De escapulir torrão
De paredão de tapera
Bombo trovejou a chuva choveu
Choveu choveu
Lula Calixto virando Mateus
Choveu choveu
O bucho cheio de tudo que deu
Choveu choveu
suor e canseira depois que comeu
Choveu choveu
Zabumba zunindo no colo de Deus
Choveu choveu
Inácio e Romano meu verso e o teu
Choveu choveu
Água dos olhos que a seca bebeu
Quando chove no sertão
O sol deita e a água rola
O sapo vomita espuma
Onde um boi pisa se atola
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola
Seu boiadeiro, por aqui choveu
Choveu que amarrotou
Foi tanta água que meu boi nadou! "
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