quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

aquecidos pelo sol que vem depois do temporal: vamos!


hesitei .. não sabia se devia deixar registrado o que foi um ano que nem eu mesma sei de onde surgiu. situações desgovernadas que se encontraram com uma zuba ainda mais perdida. a mistura perfeita para dar no que não se sabe.

mas acho que eu nunca soube mesmo .. e talvez isso seja uma das poucas coisas que se mantiveram.
eu não sei, mas sinto .. e agora escrevo parte do que escrevi para os meus amigos que coordenaram a JUS comigo neste ano .. palavras que foram se tateando até que, enfim, algo que pudesse ser escrito fosse alcançado.

2015 foi bem atipico pra mim, me desconstruí intimamente em muitos níveis e esse foi um processo que me sobrecarregou emocionalmente mais do que eu poderia imaginar .. foi um boom, algo inesperado!! estive em falta com os outros, mas sinto que também estive em falta comigo, pois foram raros os momentos em que consegui de fato reconhecer e amar plenamente tudo o que eu estava vivendo. um ano dificil de compreender, vivido superficialmente ao mesmo tempo que mexia com o que há de mais profundo em um ser .. intenso!! mas embora tenha me roubado palavras e gestos, não me tirou a certeza do carinho e admiração que tenho e sinto por cada um de vcs, um por um mesmo! e por isso resolvi acrescentar linhas às minhas felicitações .. mantenho um respeito por vcs que é tão potente a ponto de me devolver à minha essência! obrigada por serem quem são e me desculpem por terem que me ver tão estranha durante todo esse período quando nem eu mesma curtia o que tava vendo .. mas há uma luz muito linda dentro de mim que insiste em me dizer que tudo isso passou. acho que estou conseguindo .. o sorriso, finalmente, volta cheio de sentido!


e o que eu desejo para 2016?

<<     > ❤ <    >>

me abraçar para poder abraçar mais verdadeiramente cada um doceis!!!


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

amanhã?



e já que é pra chuvê é bão que me mói direito

zuba

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

brincadeirinha dididie



n'tao miaju seguar ez barra kie gustar d'voe 
n'tao miaju seguar ez barra kie gustar d'voe 

:-p 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

ai, donoai!!!



certo dia enquanto eu escrevia nas mentalidades o que voz nenhuma colou na boca, percebi que o mió esporte que há de existir nesse mundo é o de donoai.
é nessas horas que falo de drible, arremesso e maré com siricutico .. é quando num sei de nada que sorrio pra donoai!

ai, donoai .. é verdade que oce tem seus temperim malino, mas tá pra nascê maió espetáculo de zóim perdido .. e é de zói em zói que nascem os encontros!!

tem gente chei de enfeite que num gosta do cê, é verdade! mas isso é bobage até umas hora .. sabe por quê? porque quando a gente aceita donoai, o abraço caminha ..

bas noite e beijim proceis e pra donoai (que, seguindo à risca seus ensinamentos, num sei se tá me ouvindo! hehe)

ZUBA


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

+ uma luta



"A ABRATO repudia a nomeação do novo Coordenador Nacional de Saúde Mental

A Associação Brasileira de Terapeutas Ocupacionais – ABRATO, vem publicamente posicionar-se contrária a nomeação do psiquiatra Valencius Wurch Duarte Filho, publicada em Diário Oficial da União, em 11/12/2015, para assumir a Coordenação Nacional de Saúde Mental. Este posicionamento baseia-se na trajetória profissional do senhor Valencius que está marcada pela defesa do modelo hospitalocêntrico, organicista, pautado em práticas contrárias ao preconizado pela Politica Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde.
Foi diretor técnico da Casa de Saúde Dr. Eiras de Paracambi, hospital psiquiátrico – RJ, fechado em 2012 após a constatação de violações de direitos humanos, como a prática sistemática da eletroconvulsoterapia (choque elétrico), presença de usuários com ausência de roupas, alimentação insuficiente e de má qualidade e número significativo de pessoas em internação de longa permanência.
Enquanto Terapeutas Ocupacionais pautamos nossa práxis no modelo do Desempenho Ocupacional que visa o estímulo ao empoderamento, autonomia e cidadania dos indivíduos. A atividade humana constitui-se em nossa ferramenta de trabalho e, ela tanto pode ser transformadora, com ação direta na promoção do protagonismo social, respeitando a singularidade de cada individuo, como segregadora e alienante, onde o sujeito perde sua autonomia e capacidade posicionar-se frente as ações de seu cotidiano. A história mostra que pessoas tiveram seu protagonismo “arrancado” nos porões da loucura nos diversos hospitais psiquiátricos e a Reforma Psiquiátrica teve e tem um papel fundamental no resgate da dignidade e humanidade desses sujeitos e desses coletivos.

Neste contexto, a ABRATO junta-se aos demais profissionais de saúde, trabalhadores do SUS, movimentos sociais e aos mais diversos coletivos que estão protestando e posicionando-se contrários a indicação do Sr. Valencius Wurch Duarte Filho. 
E, em Defesa da Democracia, do estado de Direito e da Reforma Psiquiátrica, vem publicamente apelar para o Ministro da Saúde que não incorra no erro crasso de manter um Coordenador de Saúde Mental que para além de não agregar representa um retrocesso na luta por uma Sociedade sem Manicômios."


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

versim das antigas pra cumemorá as férias



agitado cidadão
se eu te contasse o segredo
empacotado nos sussurros do vento
ocê até aprenderia a voar
mas quem dera
se o que te bastasse
fossem asas

ZUBA

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Se eu deixasse de ser quase
Seria nunca
Ou seria sempre?

- Zuba (não sei, de repente eu não seria nem talvez)

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eu rio porque eu só rio
se eu sorrisse perderia a sonoridade
e eu faço som
até com o piscar do meu par de zói
tá sabendo?

ZUBA

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Certo dia eu topei cuma pedra tagarela
A bichinha falava
(E como falava!)

Conjugava os verbos 
Como quem deslizava os dedos em seda
Adicionava subtrações
Em uma fração de tempo
Que até a multiplicação desconhece

Eita gulosinha!
Você não sabe
Mas eu te acho uma gracinha

ZUBA

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Numa dessas disputas
Entre o Sol e a Lua
A terra e o céu
Dentro de mim
Tudo cresceu

Entre o bem
E o mal
Eu prefiro o verbo
O conjugar que entrega a alegria
Sem esperar esperanças em troca

Coisa bonita num se inventa
Aparece

ZUBA

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

bom dia, senhor courbet .. resumo



ÉTICA - Bom dia, Senhor Courbet!
Adauto Novaes (org.)

Geralmente as discussões sobre as obras encontram suas questões nas relações entre o subjetivo e o objetivo; entre o que é biografia individual ou a pintura propriamente dita. Há também a discussão sobre obras que despertam e que solicitam de nós sensações e sentimentos para que, enfim, sejam apreciadas.
David foi um artista que celebrou a revolução francesa e o império napoleônico; Delacroix pintou a liberdade política e Courbet .. Courbet está na marginalidade, no que ainda não tem valor constituído. À arte de Courbet atribuem a estética realista, embora não exista nele a ideia de uma objetivação do real/não tome o real enquanto algo autônomo.
O campo da marginalidade é o território de eleição, um território privilegiado em relação ao dos outros homens.  O artista marginal é aquele que não deve mais nada nem ao mundo, nem a ninguém, a não ser a si próprio! Ele está acima dos outros homens e isso faz com que ele seja obrigado a construir uma ética para si.
Courbet, portanto, é autônomo. Está cagando e andando para os outros. Quer causar, faz o que sente vontade. Diz que “todo artista deve ser o seu próprio mestre”, botando pra fora todas as suas individualidades ao passo que assume “a plena liberdade de sua expressão própria”.
Courbet não curte instituições. Não curte escolas. Não curte academicismos. Não curte um monte de coisas, no entanto isso não faz dele um “mero espontâneo”. Há em Courbet a ideia da arte ligada à fabricação, e nela está subentendido o domínio dos processos que levam à realização do objeto artístico.
O artista, ainda,  grita a quatro cantos a ruptura com as instituições e com as tradições culturais imperantes. Mas que tradições seriam essas? As clássicas (Courbet recusa o belo ideal, aquela referência greco-romana) e as românticas (o imaginário, literário, o sentimental ..). Courbet na real tem horror ao ideal e ao imaginário. Para ele, as formas da cultura são convencionais, superficiais, supérfluas e enganadoras.
Mas se Courbet recusa o imaginário, instituições, a cultura, o ideal e a pedagogia (“todo artista é mestre de si”, logo Courbet jamé poderia ensinar algo a alguém) .. que que sobra?? Bom, resta a ética da simplicidade e a ética do olho.
Para Courbet, o artista só pode retratar o que está ao seu alcance (“eu pinto o que eu vejo” – o privilégio do olhar vinculado a uma individualidade) e isto num sentido profundo de conhecimento íntimo, de vivido. Assim, “a cultura do meu olho é determinado pela cultura a qual pertenço, por aquilo o qual eu estou, verdadeiramente, familiarizado”. (OBS.: estas não são citações de Courbet, mas sim interferências do cara que escreveu esse baguio sobre Courbet).
Carinha simpático esse Courbet, não é mesmo? E qual é a do universo dele? Que que compõe o seu universo? Bem, guarde aí: ele mesmo, as mulheres, a natureza (mas em paisagens que ele manja, que ele conhece) e os camponeses (os que ele conhece, os que são da sua região).
Esse universo deve ser pintado eliminando todo o sentimentalismo e toda a eloquência. O olhar deve ser simples, deve tratar, sem efeitos fáceis e com grande fidelidade, aquilo que ele está representando.
Tá, mas já que esse modelo de artista sugerido por Courbet deve fazer sua própria ética, qual seria a ética da marginalidade, afinal de contas?
Para Courbet, é central na ética desse artista é o papel atribuído ao próprio artista. Nesta ética, o artista é o pica das galáxias e tem muito mais importância do que o objeto artístico. Assim, os camponeses que ele pinta não são importantes aos seus olhos porque simplesmente eles são apenas os camponeses. No entanto, a importância mora no fato de que eles existem artisticamente por um ato instaurador que saiu do artista. Logo, não se trata da ética da arte, mas, sim, da ética do artista.
Somando a essa figurinha marota, devo dizer que Courbet causava. Era um figurão narciso, autoglorificava-se e se colocava em evidência sempre que achava a oportunidade. O corpo era importante para Courbet, ainda mais porque desde sempre ele era  gatão, mas aí depois ele fica meio gordinho e vira chacota dos migos, rendendo uma penca de caricaturas e de descrições horripilantes dele. Pois é, o bullying foi pesado!
Caramba, que cara chato .. mó narcisão. Pois é! Mas Courbet era esperto e se valia de seu narcisismo enquanto instrumento afirmador do lugar, ao mesmo tempo marginal e superior, do artista. Então ele é bem narciso mesmo na pintura, mas se ele não fosse desse jeitinho muito não teria sido discutido em relação à figura do artista. E talvez aqui esteja o lado bom da Sabrina (hehe :-p)
Quer exemplo disso? Têm altas pinturas de Courbet em que ele se representava sendo o fodão da parada em relação ao público que o apreciava, mas sempre naquele esquema: pintando apenas o que ele via.
Há uma pintura em específico, a “Bom dia, senhor Courbet!”, que demonstra legal essa questão. Duas pessoas (que representam o publico. E é um publico conhecido) tão pagando mó pau pra ele. E Courbet tava lá, suavão, andando à pé, em sua maior autonomia, indo pronde queria ir. No entanto, alguns estudos encontraram uma referência legal dessa pintura, sugerindo que a mesma fora inspirada em outra bem similar, que já existia. Nessa outra pintura (que é uma gravura), um judeu errante estava na mesma posição que Courbet, insinuando que era assim que o artista se sentia: ”um personagem que não tem o seu lugar, que está fora da sociedade, que é vagabundo, que está À MARGEM dela”.
Assim, Courbet bate o pé e confirma que, para ele, o artista é sim um marginal.
No entanto, porém, contudo, todavia, o que diferencia Courbet dessa outra pintura em específico, é que Courbet não se enxerga apenas como um artista marginal, não. Mas sim como um artista marginal que é zicão, superior. Portanto, ele é obrigado a estabelecer uma ética de fidelidade à sua arte, isto é, renunciar o próprio lugar no mundo porque sabe que o seu lugar está no universo elevado da arte, e ela vale o seu sacrifício!
No século XIX houve um considerável processo de transformação do papel do artista que rola logo depois que David fica famosão/poderoso. Courbet, então, será o primeiro a encarar a produção artística como algo independente, livre do poder e das instituições e de qualquer ética que não seja a própria do artista.
Ao traçar esse terreno marginal, estabelece-se o lugar (ou o não-lugar) do artista de vanguarda, tendo estes surgindo logo após ele. Estes artistas serão mais radicais, a ponto de ignorar o mundo ou sacrificar a razão, a vida, pela atividade artística, como por exemplo Gauguin, Van Gogh e Cézanne.
Quer mais exemplos da fodice de Courbet?
Courbet, ao recusar uma oferta dum trampo lá de Napoleão, redigiu um dos maiores documentos que retratam a "dignidade humana", tendo em vista que o artista teve a moralzinha de negar o $ e reconhecimento de um Estado que cagava e andava pra arte. Se Courbet aceitasse, caíria por terra tudo o que ele pensava sobre a figura do artista.
Nesta carta, Courbet diz: “Tenho 50 anos e sempre vivi livre; quando morrer, quero que digam de mim: aquele nunca pertenceu a nenhuma escola, a nenhuma Igreja, a nenhuma instituição, a nenhuma academia, sobretudo a nenhum regime, a não ser o regime da liberdade".

Courbet, zica memo, eim?