Se meus olhos estivessem nos dedos, se minha boca tivesse nas oreia e se minhas mãos saltassem do nariz, é provável que as minhas possibilidades fossem outras. É confiável que minha história cheiraria outros cheiros, comeria outros sabores e tateasse outras superfícies. Talvez o meu relevo não fosse tão antigo a ponto de contribuir com todos esses desgastes que roubam de mim a felicidade proporcionada pelas elevadas altitudes. Poder dispensar o zoom do céu é sim questão de geografia. E isso é assunto sentimental.
O céu guarda o que o sangue arterial e venoso não conseguem entregar ao coração. Com toda essa distanteza, eu precisaria dum sistema circulatório muito mais eficiente, e pode ser que isso até explique o excesso de centímetros que acompanham o meu tão solitário 1 metro.
Não me conformo:
Hemácias nunca serão estrelas
E plaquetas tão longe de representar o ciclo da Lua
Zuba, zuba. Ô, dona Zuba
Que é que ocê precisa pra entender
Que distância não se calcula?
A perteza num é certeza.
A distância é quem procura
E quem procura
Viaja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário