"E são três rios,
uma estrada e um casarão
Uma rede de varanda
no balanço da menina
Na rede a renda
Rio acima
Tem que caminhar
Lembrança dança de criança
A dança do lugar
No horizonte centelha
cores bem de longe
Cai nágua, lava e leva além
Além do Paraíba
Sou eu, que venho das tangentes, lá de onde as nuvens quase não passeiam pelo céu, e o ar que sopra de cima tem o ranço de um enorme caldeirão, 'brasulando' a lira do penhasco.
Não dá pra se avistar o fim da fila, as léguas são sucessivas, os batalhões emendados recortando as voltas do chão e do tempo na direção das aguadas. Bem distante, depois da fonte, lá na virada da serra, tem uma pequena estação arrodeada de plataformas, todas abandonadas, e é daí que sai o carrossel da nossa imaginação, carregando cabeças, imagens e granizos que se acendem na velocidade de um raio, e no meio do estalo, clareia imbiras de outro recanto. Cheio de segredo, fibras e células.
Quem sabe o nome desse lugar? É bom saber que sabemos, pois tornando claro o caminho do nosso sentimento, chegaremos de dia nas terras do coração. E é aí que nasce o amor!
(E como é o amor?)
Ah, o amor!
O amor deve ser que nem um passarinho voando leve pra lá e pra cá, pra lá e pra cá ... E quando é hora de repousar, se assenta firme na culheira da rosa dos ventos com a esperança de pertencer a todos pra poder resistir às procelas da seca. E quando o inverno chegar será tão bonito, tão bonito que só vendo!
As folhas verdes é o velho campo de roupa nova, a semente madura nos dá a certeza de vida.
Assim sendo, podemos chegar sem receio no primeiro rancho, e aí teremos moringa de água fresca para nossa sede e rede cheirosa de um avarandado com rendas que é pra adornar o nosso sono.
E são três rios
Uma estrada e um casarão
Uma rede de varanda
No balanço da menina."
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