sábado, 20 de julho de 2013

na onda do que é distante




Entre o este e o esse
Eu fico com o primeiro

Encurtar a distância
Num custa é nada




fuá na casa do Cabral






quarta-feira, 17 de julho de 2013

ieieieieieieieierrrô!


"Neste quarto de fogo solitário 
No telhado um letreiro esfumaçado 
Candeeiro no peito iluminado 
O cigarro no dedo incendiário 
O cinzeiro esperando o comentário 
Da palavra carvão fogo de vela 
Meus dois olhos pregados na janela 
Vendo a hora ela entrar nessa cidade 
Tô fumando o cigarro da saudade 
E a fumaça escrevendo o nome dela

O prazer de quem tem saudade 
É saudade todo dia
O prazer de quem tem saudade 
É saudade todo dia

Ela é maltratadeira 
Além de ser matadeira 
Ô, saudade companheira 
De quem não tem companhia
Eu vou casar com a saudade 
Numa madrugada fria 
Na saúde e na doença 
Na tristeza e na alegria
Quando o sono não chegar 
No mais distante lugar 
No deserto beira mar 
Dia e noite noite e dia"

Quando o sono não chegar - Cordel do fogo encantado







terça-feira, 16 de julho de 2013

estás? estou



quase que ninguém num queria saber de mim
por causa do meu jeito
que sempre falou assim
com a boca do infinito

abrindo o bocejo do meu amanhecer
estreando um varal que não se pendura
acrescentando vícios na loucura
tic tec
ploc na prula
água mole em pedra dura
eu já coisei aquele trem


segunda-feira, 15 de julho de 2013

anotações estradísticas



O compasso do movimento de rotação
Rouba as nuvens de mim
Tira-me a sombra
Devolve-me a noite
E bye bye

Bailarino no espaço
Apresentação eterna
Esse é o meu planeta terra
Brincando de pega-pega
Com o sol que não sai do lugar

Eu já falei que isso é sacanagi
Mas são ordens de Galileu
E se Gali
Ler
Eu tô é freudida!


sexta-feira, 12 de julho de 2013

às margens plácidas



Rio da felicidade
O líquido
E o estampado



segunda-feira, 8 de julho de 2013

mais uma viagem



Mais uma semaninha de viagens!
Tô gostando dessa coisa de me enfiar nos buses da vida, mesmo que com destino pré-estabelecido.
É uma delícia viajar.
E
Sabendo disso
Procuro me ocupar nesse ofício todos os dias
Temos lugares para tudo que é tipo de viagem:
Viagem neural
Viagem espiritual
Viagem conjunta
Viagem física
Viagem de viagem
Que é a melhor das viagens que existem

Até a próxima! E bora colocar o pé na estrada de novo!

Inté!

Abraços de Zuba




domingo, 7 de julho de 2013

mixturação



"O raciocínio lento
O poço, pensamento
O olho, orifício
O passo, precipício 

Eu quero que esse teto caia
Eu quero que esse afeto saia
Eu quero que esse teto caia
Eu quero que esse afeto saia já

Em vermelho natural
Com gosto de água e sal
No rosto e no lençol
Misturando o bem e o mal."

Mixturação - Walter Franco




muito vivo




Hoje eu tô querendo fazer alguma coisa. Onde vou me enfiar?

Bóra!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

$



Ser amigo num custa
E o que custa
No me gusta

Zuba



aviso



Se eu pudesse te dizer uma coisa, te diria duas;
Se eu pudesse te dizer duas coisas, te diria três;
Se eu pudesse te dizer três coisas, te diria quatro;
E se eu pudesse te dizer nada
Te diria nada + 1

Que é que tem?
De um em um
O tudo nos alcança




terça-feira, 2 de julho de 2013

mensagem de terça à noite




"E são três rios,
uma estrada e um casarão
Uma rede de varanda
no balanço da menina

Na rede a renda
Rio acima
Tem que caminhar
Lembrança dança de criança
A dança do lugar

No horizonte centelha
cores bem de longe
Cai nágua, lava e leva além
Além do Paraíba

    Sou eu, que venho das tangentes, lá de onde as nuvens quase não passeiam pelo céu, e o ar que sopra de cima tem o ranço de um enorme caldeirão, 'brasulando' a lira do penhasco.
    Não dá pra se avistar o fim da fila, as léguas são sucessivas, os batalhões emendados recortando as voltas do chão e do tempo na direção das aguadas. Bem distante, depois da fonte, lá na virada da serra, tem uma pequena estação arrodeada de plataformas, todas abandonadas, e é daí que sai o carrossel da nossa imaginação, carregando cabeças, imagens e granizos que se acendem na velocidade de um raio, e no meio do estalo, clareia imbiras de outro recanto. Cheio de segredo, fibras e células.
    Quem sabe o nome desse lugar? É bom saber que sabemos, pois tornando claro o caminho do nosso sentimento, chegaremos de dia nas terras do coração. E é aí que nasce o amor!
 (E como é o amor?)
    Ah, o amor!
    O amor deve ser que nem um passarinho voando leve pra lá e pra cá, pra lá e pra cá ... E quando é hora de repousar, se assenta firme na culheira da rosa dos ventos com a esperança de pertencer a todos pra poder resistir às procelas da seca. E quando o inverno chegar será tão bonito, tão bonito que só vendo!
As folhas verdes é o velho campo de roupa nova, a semente madura nos dá a certeza de vida. 
   Assim sendo, podemos chegar sem receio no primeiro rancho, e aí teremos moringa de água fresca para nossa sede e rede cheirosa de um avarandado com rendas que é pra adornar o nosso sono.

E são três rios
Uma estrada e um casarão
Uma rede de varanda
No balanço da menina."