Hoje eu estou emocionada com a vida. Não que isso seja novidade ... essa sensação apenas se renova. Todas as vezes em que ela me invade, consegue jogar na minha cara, no meu corpo, na minha cuca, na minh'alma toda a verdadeira leveza de seu sustentar.
Me lava e me leva, mas me devolve.
Me devolve, pois precisa de mim.
Precisa de todo o meu conjunto. Necessita do meu preocupar, do meu despreocupar, da minha voz, do meu silêncio, do meu sorriso, do meu choro, do meu devaneio, da minha realidade, da minha saúde, da minha doença. Implora, todos os dias pelas minhas antíteses. Suplica a minha paz. A paz que encontrei no cerrado, que calava o Mundo todo naquele infinito sussurrar do vento, este sempre exercendo forte influência sobre as folhas e flores que se desprendiam de seus galhos a fim de conquistar a doce liberdade que só o chão é capaz de oferecer.
O horizonte é carregado pelo solo como se fosse uma eterna criança. O futuro acaricia os cabelos dessa linha que parece não acabar nunca. E não tem fim mesmo. Eu apenas ando. Ando, ando e ando. Ando tanto, mas tanto, que hoje até estou aqui; amanhã, estarei lá.
Tão curiosas quanto as folhas e flores, tão curiosas quanto nós, são as sacolas. Sacolas rebeldes e sonhadoras. Aproveitam o primeiro embalo de ar para ganharem o Céu. Olhando o Mundo lá de cima, elas são sacudidas para todos os lados e parecem rir a cada novo espaço que descobrem lá no chão invertido. Vendo tanta felicidade naquela invenção de plástico, eu me identifico nas minhas sucessivas loucuras. Eu também já voei, mesmo que por pouco tempo.
Pra cima ou pra baixo. A liberdade existe. A fuga mora no teto, a fuga mora no piso.
A fuga habita onde não estamos, mas podemos estar.
Laia ladaia sabadana Ave Maria.
Eu acho que tá pra nascer o adulto que vai acabar comigo.
BOA NOITE!!
Você escreve muito bem, e não deixa de semear a essência da Bahia.
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