sábado, 12 de agosto de 2017

dubversão encontra digitaldubs - relato

noite de 11 de agosto de 2017.

eu precisava renovar os votos com a cultura sound system.
já fazia um tempim que num ia a nenhum evento, ou até memo que parava pra ler sobre o assunto .. tava bem afastada do estudo e cabô que meu coração criô a mema lonjura.

eu num sabia que tava nesse estado, soube só quando aconteceu, lá pras 3 da manhã ..

o  evento donte era bastante atrativo e a presença massiva de público refletiu isso. a fila fazia era dobrar as dobra do centro da cidade. até assustei, mas não muito .. dubversão é reconhecido entre os demais sounds como o pioneiro dessa cultura aqui em sampa, é prestigiado por mó galera; do outro lado, digitaldubs vem representando os início lá do rio de janeiro. eles viero cas caixa tudo pra compor a arena. o estôro era, sim, esperado.

quanto a mim .. sem grandes expectativas. eu queria memo era dançar, ver gente, conhecer a proposta do digitaldubs e ouvir um bão reggae com boas mensagens prensadas em vinil. os bailes do dubversão são interessantes, mas não me cativam tanto quanto os do africa mãe do leão, por exemplo. mas definitivamente são contextos e direções sensivelmente diferentes, não faz nem muito sentido compara-los, os sounds são muito plurais .. "cada sound uma missão", como canta laylah arruda, que inssscrusive tava por lá onte também e segue com mó energia representando a força ômega nesse espaço que ainda é tão dominado por homis.

onde oce oiava .. homi. homi. homi e mais homi.
é muito homi, acho que ja até me acostumei com isso, mas conformada nunca .. hehe.
3 muié no mic, mas o resto tudo homi. e na maioria das vezes é quando o homi pega pra cantar que o público delira. num sei até que ponto isso pode servir pruma analise crítica, mas sem dúvidas é bastante característico da sociedade em que vivemos e num deve ser negligenciado. ainda não sinto tanta representatividade e autonomia feminina nesse meio, mas sem duvidas ta rolando umas expansão daora.

oto trem bão de comentar é sobre a dinamica do baile, que sem duvidas é diferente dos que to acostumada a frequentar.
num sei se é o caminho do digitaldubs ou se eles tavam mais na onda dum role comemorativo, já que eram celebrados 15 anos dos dois sounds, mas eles tocam mais de dois lados da mesma tune - tô acostumada com dois, três no maximo - , e nem sempre eles colam só com reggae. ontem memo apresentaram umas versões com mc carol, evidenciando a condição da mulher negra em alguns versos, e com baiana system.
ah, outro trem que é diferente do que tô acostumada, é que em toda tune (e nao de forma alternada ..) colava alguém pra somar com poesia em riba da musica, seja na "parte 2", "parte 3" ou  na"parte 4" do som. aí virava uma tune gigante, mas com versos super engajados, reforçando um aspecto da cultura que é central pra mim.

acho que o mais interessante de ir atrás doutros sounds é que em cada role que cê cola cê acaba conseguindo flagrar mais nuances da cultura que em um ou noto sound às vezes num é tão explorado, ou que oce simplesmente num consegue captar porque tá panguando, concentrada notos quinhentos.
é daora também porque cada vez mais seu corpo diz qual vertente do reggae oce curte mais. das que mais tocaram ontem - e das que sei identificar, porque o reggae é muito complexo, é estudo constante - percebi que dancehall realmente é um som que num me dá muita vontade de dançar, steppa vareia, depende dos momento, e roots .. roots é instantaneo. meu corpo adora reggae roots.

ah, pertinente salientar que a galera que tava lá ontem delirava no steppa.
eu num sei qual é bem a definição do meu relacionamento com essa vertente. oiando assim é mei esquisito porque fica parecendo que tô numa rave e eu tenho dificuldade em fazer qualquer associação de reggae com esse formato de festa, muito talvez por um preconceito de minha parte, ignorancia, senso comum sobre o reggae, ou até memo o contrário, por estudar demais os inicio disso tudo  .. aí eu travo muito pra dançar steppa e entro numa crise existencial porque começo a repensar minha relação com o reggae, e aí acaba a musica e vira um rolê engraçado .. inda tô em processo sobre isso .. mas é contraditório também porque tem rolê que eu me acabo de dançar steppa. sô meio avessada, preciso conversar com alguém sobre isso pra abrir minha mente protras ideia. ((edição: conversei e cheguei a conclusao de que é preconceito porque é um som mais digital, e eu curto uns som mais organico, mas dançar steppa realmente é uma delícia))

oto trem delicado que percebi nimim, e que acho que aprendi muito com os menino do africa mae do leão, é o respeito pelo que a gente tá ouvindo. ontem tive a certeza de que tenho isso impregnado nimim, uma resposta que já é do corpo, nao à nível de consciência, que denuncia que reggae num é só dança. quando começava a tocar uma tune eu num saía dançando .. esperava pra ouvir a mensagem e, só depois, passava a dançar.
oiei pralgumas pessoas que estavam lá e que também costumam frequentar as celebrações do africa e percebi que era um gesto compartilhado. coincidência? suspeito que não.

mas vortando a falar sobre os trem que nois nota ..

ontem também foi legal porque consegui visualizar e sentir pela primeira vez a famosa arena de sound. além disso, consegui prestar mais atenção em como são manejados os equipamentos naquela muntuêra de botão. enfim .. consegui pegar mais o feeling dalgumas coisas .. e foi uma sensação muito gostosa.

em certo momento eu fiquei mais pertim da caixa do dubversão e aí foi que eu peguei de vez a ideia de arena. sentia saudade quando o som passava a bater do oto lado, e via pessoas transitando entre as caixas, seja pra sentir o grave mais de pertim, ou por questão de preferença mesmo, e embora tenha ficado bem claro entre os dois selectas que a ideia nunca seria de soundclash (ou de competição), acaba que visualmente rola essa sugestão, até memo pela disposição das caixas e tal.

diferente dos oto dia, eu gostei muito de ficar pertim da caixa. foi gostosa a sensação .. lembrei de quando li sobre o efeito do grave sobre o nosso corpo .. certa vez li que ele atinge nossas parte de cima tudo e aí massageia o coração. e massageia memo, é delicioso. e o tum tum tum do som, enquanto oce dança, faz um ventim que impulsiona mais ainda seu pé. aí oce mei que dança com o som e com o vento que sai do som. foi gostoso perceber isso.

é como se a caixa quisesse te dizer alguma coisa.
eu tive essa impressão ontem muito forte. parecia que ela tinha era palavra na boca. eu tava de costas pra caixa e parecia que ela tava dando pitaco de coisa boa na minha oreia .. a gente conversou muito a noite toda .. ela me fez perceber uns trem que nos original do dia nois num escuta muito. voltei foi satisfeita pra casa. em paz ...

gostaria de registrar um dos meus momentos preferidos, que foi quando um dos convidados (num lembro se foi monkey jhayam ou jeru banto, ou oto ..) convocou os agudo, os médio e os grave do dubversão. foi super interessante .. nunca havia passado por essa experiencia também.
primeiro, os agudo na caixa.
depois, os medio na caixa.
e por fim, só depois de muito baruio .. os grave.
e aí o povo delirou tudim .. porque bateu pesado! e é daora essa dinamica porque mostra essas tres composições que são tão presentes e características da cultura.

enfim. eu teria mais um monte de trem pra falar, mas as palavra tão mei torta.
foi uma noite agradável e de muitos aprendizados!

sarve todos os sound systems que não se esquecem de suas raízes!

zuba.