sexta-feira, 30 de novembro de 2012

pensa que mingana


Dia desses eu tava cos pé nuns chãos por aí
Daí fiz uma cara deslocada
É que passei por reclamações
Uma buzinaiada danada ....
Vi até um homi que come em restaurante
Vivendo do sonho dos outros
Aí é que eu num entendi nada
Continuei com a cara torta
Toda cheia de escrituras na testa ....
Eu num sou toda boa no inglês, não
Tenho que ser das honesta
Mas nesse dia
Ah ... nesse dia
Eu te traduzi!

Bicho homi
Um projeto de coisa bem sucedida.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

esse dois mil e doze ...


Imagem para fechar mais um final de semana desse dois mil e doze nada par, todo ímpar.
Ocê tá me enfiando em cada singularidade .. não sei se tô preparada pra tanta novidade .. é, num sei, não!
O fato é que tô por aqui .... confesso que existem os dias em que tô mais pra lá do que pra cá, mas tão poucos são. Essa ausência de motivos realmente tristes, nutre algo em mim que me escapa as visão e desliga o lado chato da minha cuca.
Eu não tô pensando em muitas coisas. Eu nunca fui de pensar muito ... eu sou tão sossegada, mas não é isso que me faz dormir na minha própria existência.
Não quero apanhar de ninguém, mas eu acho que nasci pra saber do pouco que de fato existe e ignorar o muito que vocês inventam.

Oceis complicam demais ... será que já perceberam?

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

comôce tá dimudado!


As pessoas mudam pra dedéu, mas eu não obrigo ninguém a ser pra sempre a mesma coisa.
Eu, nós, todo mundo junto, temos uma mania muito infeliz e irresponsável de associar, principalmente, nossas influências artísticas, ao que eles foram em sua juventude, ao que expressaram num determinado período de suas vidas. Não vemos que, quase sem querer, limitamos essas pessoas dentro de suas próprias vidas, coisa que, com certeza, não desejamos nem a nós mesmos!

Não sei, sem dúvidas esse é um tema complexo pra chuchu. No entanto, reconhecer que cuidar da nossa vida já basta, é um danado dum começo batuta!
E eu acho um dos trem mais bão que as pessoas mudem! Sinal de que não estamos parados nas mesmas ideias, objetivos, gostos, qualidades e defeitos. Agora, se ocê tem preferência por outras faces e fases de seu observado, são outros quinhentos e noventa e dez!

Ter preferência é uma coisa, ordenar, limitar, encasquetar com a mutabilidade alheia, ser egoísta, trata-se de outra muito diferente. Eu fujo! não curto de véu e grinalda de jeito algum esse tipo de coisa ruim!

Vamos nos descobrindo por aí, pu favô


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

assim dizia minha tia


Ora, ora
A surpresa te catou pelos cabelos de novo?
Eu bem que te falei pra passar uma máquina zero nesse furdunço
Esses negócios que tem arregala os zóio
E te pede por cara de espanto
Num hão de fazer gostosuras com o seu coração!!
Corte esse cabelo, montoado de fios deslocados
Manda pra fora essas aventuras inesperadas
Deixe de se querer pelo contrário
Obedece ao pedido da titia
E vá ser feliz conforme o combinado
Larga dessas manias de querer enganar o destino
Porque isso é coisa de gente que num quer ser gente nunca!
Engula suas ousadias
E guarda o que te solta
Hoje eu te quero feito um pãozim de ló
Só que sem recheio
Pra mode num engordar as pança nem as ideia



saudade




quarta-feira, 14 de novembro de 2012

não mando cartas


Eu tenho muito apreço pelo que não tem endereço!

domingo, 11 de novembro de 2012

esses papo cabeça que num tem sorriso



Cê é bobo ou quer um real?
Não
Não é isso, não
É que ocê me pareceu um tanto quanto
Um tanto quanto ...
Ou melhor
Um nada quanto
Matematicamente zero
Infinitamente nada
Cheio só duns trem que num convém
E, por assim ser
Eu te mando uns pé no canto das zoreia
E te faço catar coquinho lá no espaço sideral
Com dois reais te boto na realidade
E com um te tiro dela
Não há quem aguente uma sucessão de detalhes infelizes
Tem coisa que eu num curto
Eu também tenho esse direito
Não me leve a mal
Num tô afim de te botar na ilegalidade
Só num quero que ocê me atormente
Com essa sede de racionalidade


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

na fazenda é bom ..





Nem parece que eu já morei aqui ... sinto tanta falta de tudo que completa a vida na roça. A ausência de complexidade, de vaidade, tranquilidade danada, e, principalmente, nada - ou quase nada - de egoísmo!
Levantar de madrugada, subir o morro do arrependido só pra pegar o abacatão e ir estudar na cidade .. Bom, às vezes a gente enfrentava era aquela kombi véia com aquela porta que caía sempre e mais um pouco (não era mole, não!) Ocê abria a porta pra sair do automóvel e a danada vinha junto, saía do trilho!! Mas como era divertido!!
Daí eu chegava em casa toda pintada com aquela poeira que eu nem percebia, cumprimentava aquele monte de bicho que tava no meu caminho (nastrô magário, fofuxa, spike, bidu, marie, frank aguiar, cherie, floquinho e mais uma renca...) entrava pela área do fogão à lenha, sentia aquele cheirinho de comida da roça e ia logo comer! Comia pra dedéu, comia de véu e grinalda!!!! Meu Deus, como era gostoso viver na roça!
Depois do almoço eu nem pensava em dormir. Lá eu não era preguiçosa. Eu me metia no meio do mato junto com aquela bicharada e montava minha casinha entre uma árvore e outra. Inclusive construí uma humilde residência num amontoado de mato que ficava bem defronte da casa oficial. Era chique o trem! Eu tinha até um celular da novela, só que ele era um pedaço de toco que tava jogado no meio do tudo! Tinha uns banquinhos de madeira improvisados, uma caixa de queijo virada pra baixo servindo como mesinha e vamo que vamo! Ah, pra nao marcar bobeira, a gente pendurava também uma nos galhos pra mió servir às galinhas chocadeiras. Vez ou outra aparecia uns ovos pra recolher. Pegava o que tinha ali, deixando, claro, sempre um .. assim mandava a lei!
Era muito legal sair caçando ovo no meio das moitas. Os zóio até briava quando eu via aquele monte de ovo escondidim em cada lugar que oceis nem imagina!! E quando eu achava uns 12, 13, 14 de uma vez!!! Que me perdoem, mas eu não tinha dó! Chacoalhava pra ver se num tava chocando e, caso não tivesse mesmo, botava tudo dentro da camisa e saía correndo pra mostrar o tesouro. Com certeza dali sairia um belo dum bolo ou uma danada remessa de pão de queijo, tudo preparado pela mamãe!
Quando apontava 18h tinha que fechar as janelas porque senão vinha aquele monte de morcego querendo abrigo dentro de casa. Mas era uma luta!!! O duro era quando juntava aqueles bichim das lâmpida! Meu deus!!!! Eles se enfiavam dentro de casa e não saíam de jeito nenhum .. e quem disse que a janela podia ficar aberta? Se abrisse entrava tudo que era bicho pra dentro de casa! Danado!! Daí ficávamos lá naquela cozinha gigantesca contando causos ... causos .... causos .... a gente ria era de felicidade.
Campaínha? Carecia não ... Lá do alto do morro a gente enxergava todo mundo que tava descendo lá pras terras. Quando as férias chegavam os parente que viviam em sumpaulo (cidade com semáforo) ia tudo lá ver a gente! O ver era a certeza. Era uma farra doida.
Uma vez a primaiada danou de fazer bolos de lama lá num chão cimentado que ficava nas redondezas de casa. Pensa na zona!!!! Caiu tudo no chão depois! Foi legal aquele dia.
Sem falar de quando a gente pegava aquela bicicletinha nadavê do Peron e descíamos sem freio naquele tenebroso "buraco da morte". Tinham também aquelas vezes em que a gente catava - de novo - a caixa de queijo ou um papelão qualquer e descíamos no nosso escorregador de areia, este sendo fruto duma construção que teve por lá.
Era cada tombo doido ...
Voltávamos tudo encardido pra dentro de casa. Aquelas laje tudo suja!!! Camisa um horror, mamãe sofria!

Eu tenho muitas memórias legais desse tempo em que vivi lá na roça! Eu acho que todos deveriam viver pelo menos uma vez na vida num lugar como esse ... Conhecer de pertim o nome que se dá a um monte de trem que hoje em dia a gente nem sabe ondé que foi parar ...

Hoje morando aqui nessa cidade grande, cheia de carro, de gente, de semáforo, duns trem doido, eu tô quase me convencendo de que descobrir um mundo maior às vezes é muito perigoso .. quando a gente se vê, já foi quase tudo! daí fica sobrando aquele nada que soma com nada e que junta com mais um tiquim de nada que tava ali escondido no canto da nossa saúde.
Aqui às vezes me decepciona ... a gente vê uma corrosão de personalidade muito triste, algo que desanima de verdade!
Eu espero, sinceramente, nunca perder todas essas lembranças que revelam parte da minha essência. Desejo profundamente que o egoísmo passe longe de nós e, caso ele já teja aí, torço pra que ele dê meia volta e suma, vá lá pros cafundó de judas! O individualismo é feio e me deixa com uma cara mais horrorosa ainda! Some com esse trem de perto de mim!

domingo, 4 de novembro de 2012

final de semana longo


Migração invertida
Sonhos invertidos
Tudo invertido
E eu tô precisando descansar ....
Tô cansada

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

tropicália


"Quando Pero Vaz Caminha descobriu que as terras brasileiras eram férteis e verdejantes, escreveu uma carta ao rei: 'Tudo que nela se planta, tudo cresce e floresce.' E o Gauss da época gravou.

Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento no planalto central do país

Viva a bossa, sa, sa
Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça
Viva a bossa, sa, sa
Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça

O monumento é de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde
Atrás da verde mata
O luar do sertão

O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga
Estreita e torta
E no joelho uma criança
Sorridente, feia e morta
Estende a mão

Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta

No pátio interno há uma piscina
Com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina
E faróis
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam
A tarde inteira entre os girassóis

Viva a Maria, ia ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
Viva a Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia

No pulso esquerdo o bang bang
Em suas veias corre
Muito pouco sangue
Mas seu coração 
Balança um samba de tamborim

Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhoras
Eles põe os olhos grandes
Sobre mim

Vira Iracema, ma, ma
Vira Ipanema, ma, ma, ma, ma
Vira Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma

Domingo é o fino da bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai à roça
Porém

O monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem

Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da"




uma prosa curiosa



Queria bater um papo com vocês. Deixar de lado os puêma só até mandar pra fora o que tô sentindo.
O que tá se passando aqui é algo que tem mexido demais comigo! Tô desde o começo da semana só matutando em cima duns sonhos que venho tendo. Em sua maioria, todos integram uma coincidência perturbadora e isso me faz acreditar ainda mais neles!!!!
Sonhei, primeiro, que eu ia viajar pra Minas no carro do Mrs.Galba e que eu sabia que ia morrer na viagem;
Sonhei que meu quarto tinha pegado fogo e que a primeira coisa que eu fiz foi prender o cabelo pra ele não pegar fogo (tá, isso foi engraçado);
Sonhei que eu estava, novamente, no carro do Mrs. Galba e que o danado do automóvel começou a pegar fogo, sofri queimaduras e não fui pra escola!
E, para completar, na quarta-feira peguei o jornal do metrô, fui no meu horóscopo e me deparei com o alerta:"Tome cuidado com perigos de acidentes provocados por produtos inflamáveis"
Hoje vou pra um sítio, no carro do Mrs.Galba, e temo pelo pior.
Eu realmente estou com medo dessa sucessão de sonhos, todas envolvem carro e acidente .. mas tenho fé de que tudo não passa de pura e mera coincidência, assim como tantas outras que passam e que passarão pelas nossas vidas.

Eu tenho medo de morrer, tenho medo porque sei o que a morte representa pras pessoas que me querem bem. Ah, temo também porque eu curto pra dedéu viver!!!

Hoje é dia de finados e eu nem me lembrava disso!
Este ano perdi uma pessoa que era muito querida por mim e por todos. Talvez ele nem soubesse o quanto era especial pra mim, mas isso é irrelevante no momento!
Sonhei com ele justo hoje!!!!! Foi um sonho bonito, o que me deixa menos preocupada, mas também tratou-se de um sonho que me deixou intrigada.
O danado que foi pro céu mais cedo tava segurando uma criança, não sei quem era o bebe ... mas conheço uma menina que era muito amiga dele e que agora está grávida! Eu pensei:"Será que ele vai reencarnar no bebe que vai nascer?"
Gente, não me culpem, mas eu gosto de interpretar os meus sonhos .. e eu, mesmo sendo completamente leiga nesse esquema mais espiritual e tal, acredito de uma forma instintiva nisso de voltar à terra em outro corpo, outra mente, outra vida!!
Eu acho que ele está bem lá no céu. Ele estava sorrindo, entre os amigos dele, todo baixinho!! Do jeito que ele realmente se expressava cá entre os vivos!
Será?