domingo, 31 de julho de 2011
Adeus, minhas queridas férias!
Muito triste ter de dar adeus às férias, mas é tudo o que me resta. Não dá pra passar o resto da vida nesta situação.
Foi um mês incrível. Agradeço por ter demorado tanto tempo a passar (confessemos que julho andou lentamente ...), mas agora é necessário acolher a triste rotina de estudante novamente.
Eu não preciso de mais férias, estou bastante descansada ... mas isso não significa que eu não possa querer mais um tempinho de puro ócio. Eu quero muito mais!
Bom, mas a vida tem que caminhar. Não seria legal ficar parado em julho por muito tempo, o ano tem que continuar ... até mesmo porque dia menos dia, dezembro terá de chegar!
Amanhã conto como foi meu primeiro dia de volta às aulas ...
sábado, 30 de julho de 2011
cmplxo d dcência
Sabe que ontem eu escrevi no meu facebook, nas entrelinhas, que eu tava querendo cagar. Postei sem grandes problemas, sem grandes preocupações. Se descobrissem, que mal teria? Nem preciso exemplificar com Sandy, não é mesmo?!
Cagar, peidar, arrotar, vomitar (...) normal, normal pra dedéu. São situações nojentas e não é agradável, fato! No entanto, não podemos polemizar desta forma. Concordo que tudo tem hora. Eu, por exemplo, reconheço que não seria nada interessante assumir um peido numa "festa estranha com gente esquisita". Eu só assumo essas coisas, só expresso essas vontades quando me encontro ao lado de pessoas que me fazem sentir muito bem, que me deixam a vontade! (leia-se: geralmente pessoas que conheço há muito tempo).
Não é bacana ficar rodeando uma vida inteira em torno de um pseudo complexo de decência. Sejamos indecentes pelo menos uma vez nesta miserável rotina! Ousemos, expressemos nossas vontades corriqueiras. Todo mundo come pela boca o que sai pela bunda, todo mundo peida, todo mundo arrota, todo mundo vomita! Não é novidade nenhuma.
Tem que parar com essa besteirola de ficar guardando essas coisas. Tá certo que ninguém precisava saber que eu estava com vontade de cagar, no facebook. Mas lá é uma rede social minha onde eu escrevo o que eu bem entender, inclusive que eu estava morrendo de vontade de cagar!
Quer saber? e no fim a vontade até passou. Vai aí uma belíssima dica!
quarta-feira, 27 de julho de 2011
eu.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim ..
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
magoada
Sabe ... estou um pouco chateada.
Entre tantos acontecimentos que rolaram enquanto eu estive em Minas Gerais, aconteceu também d'eu passar num vestibulinho. Eu havia feito uma prova para cursar o técnico de meio ambiente na etesp e passei, porém, meu rg estava comigo e meus pais não conseguiram fazer minha matrícula.
Agora vejo as pessoas comentando que o primeiro dia foi ótimo e bla bla bla. Fiquei triste, bateu um remorso, pois eu tomei a iniciativa de fazer a prova justamente para ver se eu curtia e, de quebra, sair um pouco da rotina, conhecer novas pessoas, novos pensamentos! Agora não dá mais, né? Muito chateada mesmo.
Vou tentar me convencer de que não era pra ser agora ..
terça-feira, 26 de julho de 2011
pensando ..
segunda-feira, 11 de julho de 2011
tabacaria
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim ..
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
Álvaro de Campos, 15-1-1928
sexta-feira, 8 de julho de 2011
eu sou dois mil e onze
Eu tenho este blog desde 2009. Se não me engano já havia até ultrapassado os quinhentos post's (coisa pra dedéu!). No entanto, hoje decidi apagar o ano passado e o ano retrasado, decidi conservar apenas 2011.
Cheguei a um ponto onde lia todas as postagens antigas e não me reconhecia. Eu mudei bastante, bastante mesmo!
Não consegui mais enxergar sentido algum em tudo aquilo e, com isso, não vi motivos para manter todos aqueles textos que não falam mais por mim, que expressam sentimentos que não eram compatíveis nem mesmo naquele tempo.
Hoje eu sou dois mil e onze. Sou surpresa, aventura, curiosidade, amor, família, saúde, alma, tranquilidade e tantas outras coisas que estão por vir!
terça-feira, 5 de julho de 2011
e agora
Lavei minha alma todinha. Tô inteira pra vida!
Ontem me diverti aqui em casa. Fiquei uns vinte minutos debaixo da mesa escondida assustando o meu irmão (ele morreu de medo). Ninguém aqui de casa estava me achando e olha que muita gente passou perto!
Comecei a jogar um monte de negócios repentinamente no meio da casa ... fazendo isso vi que ele ficou ainda mais intrigado.
Acho que o mais bacana dessa situação foi o fato deu ter aguentado ficar 20 minutos imóvel embaixo de uma mesa que não é nada grande! Pra você ver que quando a pessoa quer bricar, ela brinca em qualquer condição!
Eu quero viver a vida brincando. Minha alma gosta duma brincadeira, gosta de se divertir, de ser feliz. Tô afim de viver do jeitim que minh'alma é. Deixar de lado toda essa razão, toda essa bosta que pode ser pensar demais. A alma é o que a gente tem de verdadeiro e eu não quero ser uma mente, quero ser uma alma.
sábado, 2 de julho de 2011
saí passada
Eu lembro que eu passei a saia
Fui com minha saia passear
A rua prateada ficava, quando eu te via passar
No dia que eu te disse saia daqui
Eu fui pra nunca mais voltar
E ficava na beira da calçada
Olhando a vida passar
Ai meu coração
Eu voltei foi pra te dar uma rosa
E também queria te dar uma rosa
Sentindo profundamente a tua falta
E com a dor de quem sente alguma coisa
Pensei em te dar uma rosa
Ou melhor, um armário
Armário cheio de gavetas
Gavetas cheias de rosas!
sexta-feira, 1 de julho de 2011
um dia importante para mim
Que dia suculento!
Ouso dizer que desde que me mudei para São Paulo (há aproximadamente seis anos), nunca mais havia me sentido colaborativa, "menina de rua".
Hoje fui até ao salão da Igreja para ajudar a limpar lá para a Festa Junina!! Voltei para casa com os pés sujinhos. Corri na rua (que era pacata), subi em muro, rapei, limpei, passei pano, prendi bandeirolas (...), participei! Estou muito contente.
Ainda esses dias estava numa nostalgia profunda relembrando dos meus tempos em Minas Gerais. Estava me lembrando das constantes tardes que passavamos nas ruas brincando de tudo que você imaginar! As ruas calmas ajudavam bastante, tinha dia que a gente até ousava fecha-las só pra gente. Era uma algazarra da-que-las. E eu sinto uma falta ...
Hoje voltei pra casa com os pés sujos, de certa forma foi uma brincadeira. Ajudei também uma velhinha a andar pelo passeio que estava detonado. Que paz na alma.
Tirei o dia hoje para ajudar, sabe? Fui à Igreja para ajudar, pois nada me custava. Fui com o coração, com o espirito colaborativo e voltei para casa muito bem retribuída. Fiquei ainda mais feliz pelas meninas (que têm mais ou menos a minha idade) que disseram que gostaram bastante de mim!!
Amanhã é o dia da Festa Junina, acredito que vou ficar na pescaria ou naquela barraca onde a finalidade é acertar a boca do palhaço ... acredito que será um dia feliz!
Comecei maravilhosamente bem as minhas férias!
Bora que bora, fi
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